Respeito ao cidadão eleitor
É preciso buscar uma nova fase, menos passional, mais racional e, principalmente, mais voltada para o drama que todos vivemos com esta monumental crise na economia
Fechadas às urnas, contados os votos, proclamado o eleito, o Brasil deve amanhecer na próxima segunda-feira com os espíritos desarmados, respeitando a manifestação popular livre e democrática pelo voto.
É preciso buscar uma nova fase, menos passional, mais racional e, principalmente, mais voltada para o drama que todos vivemos com esta monumental crise na economia, de graves reflexos no social.
Políticos, com ou sem mandato, que tanto louvaram em 1984 o movimento conhecido como “diretas já”, não têm moral, para condenar o resultado.
As esquerdas em todo o mundo passaram a adotar uma postura absurda de não aceitarem a vontade do eleitorado e enchem os jornais diariamente de notícias condenando o Governo Trump –apesar de ele estar cumprindo o que prometeu, ou seja, diminuindo o desemprego, ativando a economia americana. Na mesma direção, manifestam fortes críticas ao governo recém-eleito na Itália e em alguns países do leste europeu.
O Brasil não resiste a uma continuada crise política, que, aliás, não afetou mais a economia pela condução hábil e bem direcionada do presidente Temer, que preservou a área econômica de seu governo dos aliados incômodos que insistiu em abrigar.
Os mercados ficaram observando o desenrolar do processo sucessório e um resultado que faça a opção liberal, certamente, desengavetará projetos geradores de empregos, numa retomada do crescimento.
Afinal, temos um grande mercado interno, ainda alguma condição de competir no comércio internacional. Sem esta paz para a estabilidade, podemos entrar numa crise que afetará nossas reservas,via fuga de capitais.
O mundo hoje está muito interligado. Nossos produtos dependem de peças importadas, nosso comércio exterior, de financiamentos.
Temos compromissos vencendo a cada mês no mercado internacional, inclusive de nossos bancos. Uma economia do porte da nossa não resiste a embates que possam, mesmo de longe, lembrar o que vem acontecendo com outros países, como a Venezuela.
A responsabilidade pelo futuro do Brasil, depois da disputa do próximo domingo, será tanto do eleito quanto do vencido. Não haverá lugar para ódios, frustrações, sem que o povo e as forças vivas da sociedade venham a condenar.
Quem estiver na oposição, democrática e ética, não poderá optar pelo “quanto pior melhor”. Passou o tempo do uso e abuso da boa fé de uns, da omissão de outros e da arrogância e ganância de outros mais.
O povo eleitor, contribuinte lesado, cidadão indignado, vai cobrar de todos postura patriótica. Aliás, um sentimento que renasceu na campanha que se encerra domingo.
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