Radicalismo inútil

O momento é de aproveitar a estabilidade e consolidação democrática em ano eleitoral. Temos de priorizarmos a paz e harmonia que a todos interessam

Aristóteles Drummond
28/Jun/2018
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Cada momento tem suas particularidades A história é dinâmica, os acontecimentos nem sempre são de fácil controle e justificam arranhões na democracia que todos desejam. É preciso que o tempo mostre em quais circunstâncias os fatos se deram.

A história do Brasil é também rica em eventos que ficaram sem explicação. A começar pela derrubada da monarquia, sem respaldo da sociedade, em geral. Teria sido mais uma questão pessoal, habilmente explorada por um talentoso militar, o General de Brigada Benjamin Constant, que foi o verdadeiro autor da queda do Imperador.

Depois, em 1964, outro general menos graduado, de Divisão, Olímpio Mourão Filho, foi o responsável pelo movimento, que eclodiu em Minas, com apoio integral do governador Magalhães Pinto.

Fala-se muito na “ditadura Vargas”, quando o estadista teve apenas oito de seus 19 anos de poder sem respaldo na Constituição.

Primeiro, foi eleito em pleito indireto e, depois, no voto popular. E o Estado Novo surgiu de um momento histórico grave pelo qual atravessava o mundo e o Brasil, em particular.

Vargas, com amplo apoio político e popular, manteve o Brasil em relativa paz durante anos de muita agitação lá fora, além de uma guerra mundial.

Na mesma ocasião, regimes semelhantes existiam na Itália, Alemanha, Espanha, Portugal, Argentina e outros países. Sem contar a URSS, que, de Moscou, comandava movimentos revolucionários, como a Intentona de 35 aqui, o levante na Marinha de Portugal e dava apoio a uma das facções em luta na Espanha. O mundo evoluiu, as sociedades passaram a praticar o saudável convívio democrático e a alternância de poder, com relativa ordem.

Essa onda de “Fora Temer” e “golpe” não tem sentido lógico – embora a presidente Dilma tenha caído mais pelo que queria fazer de errado do que pelo que fez e tanto custou ao Brasil. Efetivamente, estávamos à beira do abismo, como se dizia nas portas de Caracas.

O momento é de aproveitar a estabilidade e consolidação democrática em ano eleitoral. Temos de priorizarmos a paz e harmonia que a todos interessam.

A informação é uma conquista fantástica da humanidade. Tudo se sabe em questão de minutos e, por isso, o povo fica informado e identifica os melhores caminhos a seguir.

A esta altura do drama venezuelano, não parece que os grupos políticos brasileiros identificados com aquele regime, os que foram a Caracas emprestar solidariedade ao dirigente Maduro, venham a ter alguma significância nas próximas eleições. Mas, se tiverem, devemos aceitar, embora lamentando. E em ordem.

 

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