Que bela democracia
Fico abismado de ver como pessoas tidas como minimamente inteligentes, ou bem formadas, ou de razoável nível de informação, fazem apologia da desgraça que se abateu sobre a Venezuela
Quem consegue entender o que lê, discernir sobre os fatos, no Brasil de hoje é um gênio.
A qualidade da educação, da alfabetização, do conteúdo intelectual, caiu tanto nas últimas décadas, notadamente no período lulopetista, que atualmente, ter uma conversa “intelectual” é discutir personagens de terceira linha, confinados numa baboseira de um programa de televisão e - pasmem - com audiência.
É o reflexo da qualidade intelectual do Brasil de hoje, onde subcelebridades e artistas de qualidade duvidosa ponteiam estimulados pela mídia de esquerda, que busca destruir valores para impor sua desordem.
Fico abismado de ver como pessoas tidas como minimamente inteligentes, ou bem formadas, ou de razoável nível de informação, ou tudo isso, fazem apologia da verdadeira desgraça que se abateu sobre a Venezuela, transformando um país, anteriormente rico e próspero, numa nação miserável e destruída, sob a égide do bolivarianismo - uma espécie de socialismo latrinoamericano, seja lá o que isso queira significar.
Faço estas considerações ao ler na Revista Oeste, atribuindo a fonte ao próprio Banco Central da Venezuela, que a inflação naquele país em 2020 foi de quase 3 mil porcento (2.959%).
Três mil por cento em um ano. É o número do paraíso da democracia, segundo socialistas brasileiros do mundo político e da vida artística que sempre viveram, até a eleição de Bolsonaro, das fáceis verbas públicas.
Recordo-me, há cerca de três décadas, almoçando com empresários belgas que visitavam o Brasil, de ter dito que a inflação no Brasil estava na casa dos 80%. Um deles, estupefato, disse em inglês arranhado como o meu na época: '80% de inflação ao ano, que loucura!'. Quando eu respondi que era ao mês, e não ao ano, sabiamente ele pediu outro chopp. Tipo, desisto...
O Brasil, a despeito das contradições dos governos sociais-democratas, conseguiu criar o Real, pondo a inflação sob controle, num regime de liberdade de mercado e fora do controle estatal rígido da economia.
O período da desgraça lulopetista só chegou a treze anos e meio porque o governo de então não ousou mexer nos fundamentos da economia. E com toda a destruição que trouxe, o atraso a que jogou o país, nossa inflação manteve-se sob um controle razoável, que nos impediu de afundar na miséria estatal bolivariana que se pretendia e se pretende ainda, por essas pequenas forças obscuras de esquerda.
Poderia estender-me no caos que é a Venezuela desde Chaves e sob Maduro.
Os números falam por si. Enquanto o Brasil luta e trabalha para preservar o desenvolver o livre mercado, minimizar a intervenção estatal na economia, com uma inflação que não corroi a moeda de vez, os quase 3.000 por cento de inflação “bolivariana” desmentem quem insiste em fazer a apologia da “democracia” do país vizinho.
Para onde ninguém no mundo deseja ir, mas de onde, seus habitantes, desejam sair.
Que bela democracia.