Pequenos negócios do ramo de chocolate cresceram na pandemia
Levantamento do Sebrae revela uma alta de 57% no número de empreendedores desse segmento em 2021, na comparação com 2019
O número de pequenos negócios que atuam no setor de fabricação de produtos derivados do cacau e chocolates cresceu mesmo durante a pandemia. Levantamento do Sebrae mostra que houve aumento de 57% na abertura de negócios nesse segmento em 2021, na comparação com 2019, período anterior à crise da covid-19.
A informação tem como base os dados do CNAE, registrados pelo Ministério da Economia. Enquanto em 2019 foram abertos 1.526 pequenos negócios do ramo de chocolate, no ano passado esse número alcançou 2.397 novos empreendimentos, sendo a maioria deles (2.319) constituída por microempreendedores individuais (MEI).
Os dados obtidos pelo Sebrae mostram que o fechamento de pequenos negócios no mesmo período foi menor em relação ao volume de novas empresas abertas.
Enquanto foram criados 1.526 pequenos negócios no setor de fabricação de chocolates em 2019, no mesmo ano foram fechadas 668 empresas. Já em 2021, foram 2.397 aberturas contra 883 fechamentos.
A analista de Competitividade do Sebrae, Mayra Viana, avalia que esses números são resultado das características do setor. Segundo ela, trata-se de um segmento que não demanda grandes investimentos e por isso atraí um contingente de pessoas que busca uma renda extra.
“Esses empreendedores não enfrentam grandes barreiras de entrada, o que tem levado a um crescimento muito significativo, principalmente na categoria do microempreendedor individual”, diz Mayara.
Segundo ela, os empresários que mais se destacam nesse ramo são aqueles com produtos criativos, personalizados, que mantém uma boa comunicação com os clientes e apresentam custo-benefício adequado.
Mayra lembra que existe ainda um outro perfil de empreendedor, que tem buscado implementar processos mais sofisticados, como as empresas que trabalham com chocolates bean-to-bar (que produzem o doce a partir da amêndoa do cacau e buscam um nicho de mercado mais exigente). Esses negócios contam com profissionais altamente qualificados, valorizam a origem da matéria-prima e ofertam chocolates premium.
IMAGEM: Danilo Verpa/ACSP