O efeito FGTS nas vendas do Dia das Crianças

Recessão e impacto no mercado de trabalho mantêm ímpeto de consumo de bens duráveis, há cinco anos, abaixo da série histórica, de acordo com a FGV

Redação DC
09/Out/2019
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O efeito FGTS nas vendas do Dia das Crianças

Os consumidores brasileiros estão mais propensos a comprar presentes no Dia das Crianças em 2019, se comparado aos últimos três anos.

O preço médio dos mimos também subiu, como mostra pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). O estudo aponta que, apesar do ânimo ter aumentado em todas as faixas de renda, o indicador ainda está abaixo da série histórica. Já a média de preços subiu bem mais entre as famílias que ganham acima de R$ 9.600.

Coordenado pela economista do FGV IBRE Viviane Seda Bittencourt, o levantamento aponta que o ímpeto de gastos com presentes na data comemorativa avançou 13,3 pontos entre 2017 e 2019 (de 64,3 para 77,6), ficando ainda assim abaixo do nível histórico (84,1).

A melhora foi registrada em todas as faixas de renda, porém o destaque foi o avanço entre as famílias de menor poder aquisitivo, com renda mensal de até R$ 2.100 – o indicador subiu 21,9 pontos, atingindo 69,4, o maior desde 2014.

"Famílias de renda mais baixa possuem menor margem no orçamento doméstico e estão mais endividadas. Segundo estudo que fizemos pela Sondagem do Consumidor, 71,9% desses consumidores pretendem utilizar os recursos do FGTS para quitar dívidas e 23,9% almejam consumir bens e serviços. Apesar disso, não surpreende o resultado sobre a intenção de compra, pois o pagamento de dívidas libera o orçamento familiar e gera uma percepção mais favorável para os consumidores dessa faixa de renda sobre a economia, possibilitando-os realizar novas compras no curto prazo", analisou Viviane.

De acordo com a pesquisadora, nos últimos 5 anos os consumidores, de modo geral, vêm mantendo o ímpeto para comprar bens duráveis abaixo da média histórica. Essa postura mais cautelosa foi provocada pela fragilidade do ambiente econômico e pela alta incerteza no período.

Com a depreciação de bens ao longo do tempo, há necessidade de substituição dos itens, provocando melhora gradual do setor, motivada principalmente pela liberação dos recursos extras.

PRESENTES MAIS CAROS

A pesquisa também mostra que as famílias devem desembolsar um pouco mais este ano: houve aumento real de 16,1% no valor médio dos presentes em relação a 2017, chegando a R$ 88,9.

O crescimento foi puxado pelo ânimo das famílias que ganham acima de R$ 9.600, que pretendem gastar em média R$ 136, contra R$ 56 das famílias de menor poder aquisitivo. Brinquedos lideram a preferência do consumidor (50,8%), seguido por vestuário (21,1%) e livros (4,9%). O estudo consultou 1.733 pessoas. A versão completa está disponível no Portal IBRE: portalibre.fgv.br

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