Lado a lado com o pai, ele construiu uma marca de franquia
Rafael de Oliveira Augusto, apontado como o sucessor do pai no comando da Patroni Pizza, diz que trabalha até 12 horas por dia, mas não fica preso no escritório: "Estou ligado full time, acompanhando as lojas , a concorrência, a qualidade..."
Rafael de Oliveira Augusto, 34 anos, trabalha na empresa do pai desde os 16. Começou na área de limpeza, virou pizzaiolo e, aos 19 anos, foi para a área administrativa.
O percurso que seguiu na pizzaria foi uma determinação do pai, o empreendedor Rubens Augusto Junior, fundador e dono de uma das maiores redes de franquia do país, a Patroni Pizza.
“Vocês, como filhos do dono, devem dar o exemplo, e trabalhar até mais do que os outros funcionários”, afirma Rubens Augusto em sua autobiografia, lançada em 2014.
A lição foi dada e seguida. A filha de Rubens, Patrícia, 31 anos, trabalhou como atendente em uma das lojas. Formada em Direito, agora ela atua na área jurídica da empresa.
No ano em que Rafael foi deslocado para a área administrativa, a Patroni tinha nove lojas. Pai e filho, hoje diretor de marketing da rede, fizeram o negócio prosperar.
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A Patroni possui 197 lojas espalhadas em shoppings de todo o país, das quais 13 são próprias. Apesar da crise, o faturamento da rede, de R$ 360 milhões em 2016, nunca parou de crescer.
Na semana em que se comemora o Dia do Comerciante -domingo, 16-, Rafael, formado em economia pela FAAP, conta sobre os desafios de gerir um negócio, juntamente com o pai, em meio à maior e mais longa recessão que o país já viveu.
“Vivo um dia após o outro, não dá para pensar muito no futuro", diz. "O futuro será o resultado de ações tomadas no presente.”.
Ao comentar a preparação para suceder o pai no comando da rede, ele afirma: "Sinto que faço um trabalho bom hoje na empresa. Muito provavelmente, vou fazer um bom trabalho amanhã."
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Rafael diz que ele e a irmã herdaram valores, persistência e filosofia de trabalho do pai. “O aprendizado veio de ações que precisaram ser tomadas no dia a dia para fazer o negócio crescer. O bom profissional é aquele que traz resultados para empresa”, diz.
Casado, pai de duas filhas, Rafael diz que trabalha de dez a 12 horas por dia. “Não fico todo o tempo no escritório, mas estou ligado full time. A gente tem de acompanhar as lojas, o mercado, a concorrência, a qualidade dos produtos e serviços.”
O maior desafio que enfrentou até agora, segundo afirma, foi aprender a linguagem para fazer com que o potencial franqueado abrace a ideia de ter uma loja da Petroni e se sinta seguro no negócio.
“E, para isso, o projeto tem de ser bem detalhado, dar perspectiva de resultado, ser eficiente em campanhas de marketing, com maior resultado possível e menor custo.”
Para enfrentar os dias de recessão, a franquia aperfeiçoou o trabalho de todas as áreas da empresa, com o objetivo de o negócio dar resultado em larga escala.
Em 2014 e 2015, a empresa reformou a identidade visual da marca, que passou a atuar com opções de pizzas e pratos de carnes e massas.
Para manter a tradição de expansão da rede, a franquia lançou um formato de loja compacto, a Patroni Expresso, que demanda investimentos de R$ 100 mil. No formato convencional, o desembolso inicial é maior, a partir de R$ 400 mil.
Oito lojas compactas já estão espalhadas pela arena Corinthians e quatro em centros empresariais e hipermercados.
A Patroni também decidiu estrear no mercado de restaurante. Neste formato, que demanda investimento de R$ 700 mil, há uma loja operando no Jardim Marajoara, em São Paulo.
“Estamos preparados para atender todos os apetites de investimentos”, diz Rafael.
No ano passado, foram abertas 12 lojas. A expectativa para este ano e o próximo é inaugurar entre 30 e 40 lojas. "Indepentemente de qualquer cenário econômico, a filosofia é trabalhar e obter resultado.”
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