Intenção de Consumo das Famílias recua em abril, terceira queda mensal seguida

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 0,4% em abril, já descontados os efeitos sazonais, registrando assim o terceiro mês seguido de queda do indicador da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Mesmo com o resultado negativo, o ICF se mantém acima do nível de satisfação (mais de 100 pontos), aos 101,6 pontos.

Na variação mensal, o indicador foi mais afetado pelo componente Renda Atual, que caiu 1,8% entre março e abril. Segundo a CNC, o nível atual dos preços, especialmente dos alimentos, influencia a percepção do consumidor.

Por outro lado, o componente Acesso ao Crédito foi o que avançou mais, com alta de 0,6%, seguindo a tendência dos meses anteriores. A CNC explica que, apesar da alta do endividamento, os consumidores estão conseguindo manter a inadimplência controlada.

O componente Emprego Atual também variou positivamente entre março e abril, com crescimento de 0,3%, assim como a Perspectiva Profissional, com leve alta de 0,1%.

O mercado de trabalho atual, mais favorável na comparação mensal, segundo a CNC, levou a uma melhora no componente Nível de Consumo Atual, que subiu 0,4%.

Perspectivas - Para os próximos meses, a tendência positiva mensal da Perspectiva Profissional não foi suficiente para elevar o componente Perspectiva de Consumo, que recuou 0,8% em abril, quarta queda mensal seguida.

“Os dados deste mês revelaram a incerteza existente na economia de médio e longo prazo, com a Selic ainda alta e com um novo aumento esperado. O comércio deve permanecer com passos curtos este ano, tendo um resultado parecido ou até menor do que o apresentado em 2024”, divulgou a confederação.

Variação anual - Com relação a abril de 2024, a maioria dos componentes do ICF apresentou queda em relação a abril deste ano. A exceção foi o componente Nível de Consumo Atual, que ficou estável nesta comparação.

Por faixa de renda - A intenção de consumir em abril teve retração nas duas faixas de renda analisadas pela CNC. A queda mensal mais intensa, porém, aconteceu entre as famílias com renda acima de 10 salários mínimos (-0,8%). Mesmo assim, neste estrato social, o ICF se mantém em nível de satisfação, aos 115,1 pontos.

Já entre as famílias com renda até 10 salários mínimos, a intenção de consumir recuou 0,3% na comparação com março, levando o ICF aos 98,8 pontos, patamar de insatisfação.

IMAGEM: Milton Mansilha/DC