Inflação oficial fica em 1,06% em abril
A alta do IPCA foi puxada por alimentos e transportes. Em 12 meses o índice acumula 12,13%
A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), atingiu 1,06% em abril e já acumula 4,29% no ano. A expectativa de alguns economistas é que a inflação supere a casa dos 10% pelo segundo ano seguido.
Os dados do IPCA foram divulgados nesta quarta-feira, 11/05, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, a inflação chegou a 12,13%, acima dos 12 meses imediatamente anteriores e a maior desde outubro de 2003 (13,98%).
A taxa de abril foi puxada por alimentos, que registraram inflação média de 2,06%. Outro destaque foi o grupo transportes, com inflação de 1,91%, principalmente por causa da elevação dos preços dos combustíveis.
Juntos, alimentação e transportes responderam por 80% da inflação de abril, segundo o IBGE. Mas no geral, oito, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, tiveram alta de preços no mês passado.
O único grupo de despesas com deflação (queda de preços) foi habitação (-1,14%), devido à queda de 6,27% no preço da energia elétrica.
CENÁRIO PREOCUPA
Para Camila Abdelmalack economista-chefe da Veedha Investimentos, a principal preocupação são os preços de bens industrializados, “que devem se manter elevados por causa dos problemas de abastecimento causados pela pandemia e, agora, agravados pelo lockdown na China”.
Esse cenário gera pressão maior nos preços de bens industrializados, que em abril mostraram inflação de 1,22% na comparação com março.
A inflação no país é generalizada. Pelo índice de difusão de abril, 78% dos preços de bens e serviços tiveram alta no mês. “Ainda que a energia tenha reduzido pela volta da bandeira verde, não foi suficiente para controlar a alta nos preços ao consumidor”, diz Camila.
IMAGEM: Wesley Santos/DC