Indústria fecha o 1o.trimestre com a maior queda desde 2016
No segmento de bens de consumo, a pesquisa registrou queda de 2% na passagem de fevereiro para março
No acumulado do ano de 2019, que equivale à variação do primeiro trimestre ante igual período de 2018, a indústria teve queda de 2,2%.
A produção da indústria de bens de capital teve alta de 0,4% em março ante fevereiro, mas, na comparação com março de 2018, o indicador mostrou recuo de 11,5%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF).
No ano, houve recuo de 4,3% na produção de bens de capital. No acumulado em 12 meses, a taxa ficou positiva em 3,6%.
Em relação aos bens de consumo, a pesquisa registrou queda de 2,0% na passagem de fevereiro para março. Na comparação com março de 2018, houve queda de 7,7%. No ano, a produção de bens de consumo caiu 1,9%. No acumulado em 12 meses, houve alta de 0,3%.
Na categoria de bens de consumo duráveis, o mês de março foi de recuo de 1,3% ante fevereiro. Em relação a março de 2018, houve queda de 15,8%. Entre os semiduráveis e os não duráveis, houve recuo de 1,1% na produção em março ante fevereiro. Na comparação com março do ano passado a produção encolheu 5,2%.
Para os bens intermediários, o IBGE informou que a produção recuou 1,5% em março ante fevereiro. Em relação a março do ano passado, houve uma retração de 4,4%. No ano, os bens intermediários tiveram redução de 2,0%. Em 12 meses, houve diminuição de 0,6% na produção. O índice de Média Móvel Trimestral da indústria teve queda de 0,5% em março.
"É tão somente uma acomodação", afirmou Macedo.
O pesquisador destacou que no acumulado de dezembro de 2018 a janeiro deste ano, a produção de bens de capital encolheu 10,7%. No acumulado de fevereiro e março, houve alta de 5,1%, insuficiente para recuperar as perdas.
Para Macedo, o quadro da produção industrial é de queda disseminada. "Há um claro predomínio de atividades e categorias econômicas em queda", afirmou o pesquisador do IBGE.
Segundo o órgão, entre as atividades industriais, a principal influência negativa foi em produtos alimentícios, (-4,9%), que eliminou parte da expansão de 13,8%, acumulada no período novembro de 2018 a fevereiro de 2019. A produção de veículos automotores, reboques e carrocerias caiu 3,2%.
Também tiveram queda na produção na passagem de fevereiro a março as seguintes atividades: coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,7%), indústrias extrativas (-1,7%) e de outros produtos químicos (-3,3%).
Segundo Macedo, a queda na indústria extrativa ainda sofreu influência da paralisação das atividades da mineradora Vale após o rompimento de uma barragem de rejeitos em Brumadinho, no início do ano.
Na comparação de março com março de 2018, a queda de 6,1% foi acompanhada em 22 dos 26 ramos pesquisados pelo IBGE.
Segundo Macedo, é o maior "espalhamento" de resultados negativos nessa base de comparação desde outubro de 2016, quando 23 dos 26 ramos pesquisados registraram queda.