Seis milhões de pessoas no Brasil com deficiência intelectual, superam surdos, pessoas com deficiência física ou outras deficiências. Quantos deles estão na sua rede de relacionamentos, e talvez até entre os seus amigos e familiares?
Por Charles B. Holland e Teresa Leitão*
A Special Olympics (Olimpíadas Especiais) é a 2ª maior organização e movimento de esportes do mundo, e a 1ª entidade de inclusão social de pessoas com deficiência intelectual (causas genéticas, como Síndrome de Down, déficit intelectual, atraso no desenvolvimento, alguns casos de autismo etc. –incidência de 3% no Brasil e no mundo).
No mundo as Olimpíadas Especiais são enormes com atuação impactante e exemplar na sociedade. Fora do Brasil sempre contam com o apoio de centenas de milhares de voluntários, milhares de empresas e de governos.
Nestes países as Olimpíadas Especiais têm capítulos e programas vibrantes na maioria das cidades grandes. Merecem elogios as atividades de esportes inclusivos nos EUA, China, Índia, Grã-Bretanha, Cuba, Venezuela, Canadá, México, Austrália e mais 30 países de médio a grande porte.
Os Jogos Olímpicos Especiais de Verão e de Inverno, realizados respectivamente a cada quadro anos, são sempre o maior evento esportivo e humanístico do ano.
Em 2019 teremos os Jogos Mundiais de Verão em Abu-Dhabi, onde são esperados 7 mil atletas (pelo menos 100 do Brasil), 500 mil espectadores, 6 mil famílias de atletas, vindos de 170 países para competirem em 24 modalidades esportivas.
Somos pequenos em relação aos outros países. O limitador no Brasil atual são os recursos e divulgação do movimento de inclusão e aceitação de pessoas com deficiência intelectual.
O Estado brasileiro (por enquanto) negligencia a inserção/inclusão social de pessoas com deficiência intelectual via esportes, principalmente a nível federal.
Para esportes de superação e excelência física – atletas olímpicos de verão, de inverno e paralímpicos há sempre mais de R$ 500 milhões anuais assegurados por legislações, através das Loterias esportivas e dezenas de leis, federal e estaduais para assegurar recursos recorrentes garantidos.
Os recursos da iniciativa privada para as federações esportivas e estes atletas de alta performance são razoáveis. Para atletas com deficiências intelectuais os recursos são ínfimos.
No mundo a inclusão social de deficientes intelectuais na sociedade é tratada como obrigação. Como melhorar para nivelarmos com o resto do mundo é um desafio. Cada novo voluntário e apoiador ao nosso movimento de inclusão através dos esportes inclusivos faz diferença.
No Brasil as Olimpíadas Especiais também oferecem o programa “Atletas Saudáveis” através de avaliações gratuitas com o apoio do Lions Clubes no Brasil na área de saúde -audição, visão, nutrição, fisioterapia, saúde geral e dentária, na base de trabalhos voluntários de especialistas qualificados, para os nossos atletas.
Somos atuantes em diversas cidades em 7 estados da federação, através de 14 modalidades de esportes olímpicos. Também promovemos clinicas de saúde nos eventos esportivos maiores.
Por que os esportes para a inserção / inclusão social são importantes?
Eles geram alterações de cultura, transformando deficiências em habilidades, estigmas em aceitação e isolamento em envolvimento. É divertido, melhora a autoestima dos indivíduos, aumenta a sua empregabilidade e aceitação. Promove improdutivos ou pouco produtivos em produtivos ou mais produtivos.
As pessoas com deficiência intelectual têm qualidades importantes, raras nas pessoas sem deficiência. Eles têm comportamentos geralmente amáveis, pensamentos e atitudes mais verdadeiros.
Por esse motivo, muitas empresas as contratam para tarefas internas que exigem mais relacionamentos internos interpessoais.
Suas atitudes quebram barreiras e ensinam os intelectualmente sem deficiência a serem menos preconceituosos. Desarmam as pessoas sem deficiência promovendo pelo exemplo, harmonia no ambiente de trabalho.
Os esportes unificados colocam em ambientes divertidos indivíduos com e sem deficiência intelectual lado a lado, incrementando o entendimento e o respeito de todos – essas são atividades de inclusão.
Os critérios de premiações nas Olimpíadas Especiais são diferentes – medalhas para os 3 primeiros colocados por categoria e fitas de premiação para os demais participantes, de acordo com os resultados obtidos. São espetáculos lindos e bem concorridos. Todos ganham, sempre!
Diferente dos Jogos Olímpicos, promovemos muitos eventos das Olimpíadas Especiais mensalmente em muitas cidades e estados do Brasil.
Para os atletas com deficiência intelectual, participar em eventos esportivos é sempre importante. Os Jogos Mundiais de verão e de inverno são sediados sempre em grandes cidades do mundo em base de rodízio (como os Jogos Olímpicos).
São eventos grandiosos com amplo apoio do público, governos e patrocinadores. Ocorrem a cada quatro anos, como nos Jogos Olímpicos de Verão e de Inverno, e são o segundo maior evento esportivo do mundo.
Em 2014 no Brasil, passamos a contar com o apoio formal dos Lions Clubes do Brasil, viabilizando e fazendo acontecer apoios entusiásticos dos associados dos Lions Clubes – entidades de líderes nas suas comunidades interessados em servir ao próximo. Estamos crescendo exponencialmente juntos desde então.
Dependemos de recursos e de voluntários. Em 2018 podemos contar com o seu apoio? Veja mais detalhes em www.specialolympics.org.br e www.facebook.com/OlimpiadasEspeciais/ .
O incremento continuado do nosso movimento de inserção e inclusão social depende de apoio financeiro dos poderes executivos - do governo federal, e poderes estaduais e municipais, das empresas e de indivíduos.
*Charles Holland é Presidente do Conselho Curador da Fundação Olimpíadas Especiais (Special Olympics) Brasil e Teresa Leitão, Diretora Nacional e Internacional da Special Olympics Brasil e Internacional.
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