Incêndio consome shopping no Centro. Alobrás sugere novo endereço a lojistas afetados
Fogo começou às 6 horas no Shopping 25, no Brás, e só foi controlado próximo ao meio-dia. Fumaça podia ser vista a quilômetros do local
O desespero tomou conta dos comerciantes do Brás, no Centro de São Paulo, na manhã desta quarta-feira, 30/10. Um dos centros de compras mais movimentados da região, o Shopping 25, que abrigava cerca de 1 mil box em seus 18 mil metros quadrados de área, ardia em chamas. A coluna de fumaça preta, que podia ser avistada de diferentes regiões da cidade, dava a real dimensão do incêndio.
Ao se aproximar da rua Barão de Ladário, onde funcionava o shopping, o cheiro forte das mercadorias queimando obrigava as pessoas a usarem máscaras. Os únicos comerciantes que ainda trabalhavam nas imediações eram os camelôs, que vendiam as máscaras por R$ 2. No entorno do incêndio, as ruas Oriente, Miller e Conselheiro Belisário foram bloqueadas. A maioria das portas dos estabelecimentos dessa área nem chegou a ser levantada.
A música ambiente das lojas e os gritos de promoção deram lugar às sirenes de ambulâncias e dos carros de bombeiros. Ao menos 75 homens da corporação e 22 viaturas atuavam na manhã desta quarta para conter o fogo. Muitos comerciantes tentavam auxiliar no combate. Em vídeos compartilhados por quem trabalha na região é possível ver lojistas e funcionários do shopping usando mangueira, em meio à fumaça densa que se espalhava pelo prédio. Muitos deles com peças de roupas amarradas no rosto para se proteger.
Outros começavam a contabilizar os prejuízos. Margarete Faqui, dona de dois boxes no Shopping 25 Brás há quatro anos, conta que estava na loja quando o incêndio começou. “A fumaça subiu, todo mundo começou a gritar ‘fogo, fogo’. Quando percebi, a fumaça já tinha tomado conta da loja”, lembrou a comerciante, que estima um prejuízo de R$ 500 mil. Mesmo com um ponto em outra rua na região, a lojista diz ter perdido os pontos que recebem mais clientes.
Também lojista do shopping 25, Edcarlos dos Anjos assistia à cena conformado com o prejuízo. Ele tocava um ponto no shopping há três anos. Quando o incêndio começou, estava na loja. Conseguiu pegar algumas mercadorias, mas estima um prejuízo de mais de R$ 200 mil com a perda das vendas do final do ano. “Vou ter que recorrer ao on-line para tentar reverter um pouco a situação.”
O incêndio só foi dominado 6 horas mais tarde, por volta do meio-dia. O shopping foi consumido pelo fogo. O telhado desabou. Até o início da tarde, não havia informações sobre vítimas fatais ou em estado grave. Três pessoas foram socorridas com ferimentos leves e enviadas a hospitais.
O resultado da perícia para determinar as causas do incêndio deve sair nos próximos dias, mas no boca-a-boca dos comerciantes que operavam no shopping, o fogo começou devido a um ventilador esquecido ligado. Outros lojistas relataram que o shopping ficou sem energia elétrica na tarde da última terça-feira (29), o que indicaria algum tipo de manutenção na fiação.
Os comerciantes das ruas próximas ao shopping também calculam suas perdas. Com a rua Oriente interditada, o lojista Rodrigo Souza não pôde abrir a loja. Ele diz que ficou sabendo da situação através da mãe, que chegou às 6h40 para abrir o ponto e se deparou com o caos.
Na rua Miller, também interditada, André Hong, dono da loja Prima Donna, temia que o fogo espalhasse para a sua loja, que tem o fundo colado com o Shopping. Ele acredita que terá que ficar fechado por dois dias. Esse também é o caso do Shopping Stunt.