Guedes se reunirá com empresários para ajustar reforma tributária
O ministro da Economia atendeu à sugestão de Alfredo Cotait, presidente da Facesp, e formou uma comissão multissetorial para analisar o projeto
A Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) fará parte da comissão que discutirá a proposta de reforma tributária. A sugestão de formar um grupo de trabalho para discutir o projeto foi apresentada pelo presidente da Facesp, Alfredo Cotait Neto, durante reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na sexta-feira (16/07), no escritório do ministério, em São Paulo.
Os participantes do grupo terão a missão de analisar e sugerir mudanças no texto da reforma.
O ministro se comprometeu a se encontrar com a comissão, em São Paulo, toda semana. Participam do grupo: empresários, advogados tributaristas, federações e associações que representam diversos setores, entre elas, a Facesp.
Ao todo, as instituições representam cerca de 12 milhões de trabalhadores e 950 mil empresas.
NÃO É HORA
Cotait diz que a reforma tributária vem em um momento no qual as empresas estariam fragilizadas demais para encarar possíveis aumentos de incidência de impostos.
"Não é hora de fazer reforma tributária, estamos no meio de uma pandemia, passamos por restrições no comércio e nos serviços, e muitos negócios estão lutando pela sobrevivência. Não está na hora de colocar mais carga tributária sobre eles", disse o presidente da Facesp, que também está à frente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Para Cotait, a comissão será uma forma de evitar que as mudanças sejam danosas principalmente para as micro e pequenas empresas.
Ele disse que o tema da conversa com o ministro foi, principalmente, as mudanças no imposto de renda. "Somos a favor da taxação de dividendos sobre empresas do Lucro Real, mas somos contra a taxação de dividendos sobre as empresas do Lucro Presumido", afirmou.
Sobre a incidência de alíquota de 12% sobre o setor com a junção do PIS e Cofins no CBS, Cotait disse que ela é inviável e que o ministro já estaria favorável à redução para 8%.
Para o presidente da Facesp, antes da reforma tributária, seria mais urgente implementar a reforma administrativa.
IMAGEM: Divulgação/Facesp