Governo indica Adriano Pires para presidência da Petrobras

Bolsonaro se irritou com o timing do mega-aumento dos combustíveis praticado pelo atual presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna

Estadão Conteúdo
29/Mar/2022
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Governo indica Adriano Pires para presidência da Petrobras

O presidente Jair Bolsonaro demitiu Joaquim Silva e Luna da presidência da Petrobras. Para o seu lugar, o governo indicou o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o economista Adriano Pires. O mandato do atual presidente da Petrobras iria até março de 2023, mas isso não impede a substituição.

Para a presidência do conselho de administração da estatal, o governo Bolsonaro indicou Rodolfo Landim, que também é presidente do Flamengo. Ele ocupará o lugar do almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, que pediu para sair alegando razões pessoais.

Landim é ex-funcionário da Petrobras, onde trabalhou por 26 anos antes de se juntar ao antigo grupo empresarial de Eike Batista.

A União tinha até a última hora no dia 13 de abril, durante a assembleia dos acionistas, para indicar seus nomes para o conselho de administração da Petrobras. Como ela é a controladora da estatal, não terá dificuldade em conseguir o número de votos necessários para eleger seus candidatos, independentemente da vontade dos acionistas minoritários.

A presença do presidente da companhia no conselho de administração é uma obrigatoriedade prevista no estatuto social da companhia. Por isso, o substituto de Silva e Luna deve antes ser referendado pela assembleia como membro do colegiado. Após receber o aval dos acionistas na assembleia, ele, automaticamente, está apto a assumir a presidência da empresa.

Bolsonaro se irritou com com Silva e Luna pelo 'timing' no anúncio do mega-aumento dos combustíveis neste mês. A Petrobras pratica a chamada paridade de preços, ou seja, paga pelo produto o preço cobrado no mercado internacional e, por isso, repassa eventuais altas para refinarias, o que leva ao aumento de preços para o consumidor final.

Na quinta-feira, 10, diante do aumento na cotação do petróleo no mercado internacional, reflexo da guerra na Ucrânia, a Petrobras anunciou reajuste de 18,8% para a gasolina e de 24,9% para o diesel. No dia seguinte, o Congresso aprovou e Bolsonaro sancionou um projeto que faz alterações na tributação sobre os combustíveis para tentar aliviar a alta de preços.

Para Bolsonaro, o impacto da aprovação do projeto foi "mitigado" porque a Petrobras fez o anúncio do mega-aumento antes.

Esta foi a segunda vez que Bolsonaro muda o comando da Petrobras. Em fevereiro do ano passado, o presidente demitiu Roberto Castello Branco, também em um momento em que o preço dos combustíveis impactava sua popularidade.

 

IMAGEM: Pedro França/Agência Senado

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