Fórum dos jovens empreendedores abre caminhos
Desta vez, o encontro dos jovens na Distrital Noroeste da ACSP contou com a presença de Aline Cardoso, Secretária Municipal de Trabalho e Empreendedorismo
Workshop é a reunião de um grupo de pessoas interessadas em um determinado tema. Foi para seguir ao pé da letra este conceito que nasceu o Fórum dos Jovens Empreendedores, da Distrital Noroeste da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que engloba os bairros do Parque São Domingos, Pirituba, Freguesia do Ó, Parada de Taipas, Parque Anhanguera, Jaraguá e Perus.
O workshop, uma espécie de seminário, grupo de discussão, ou, numa linguagem mais tradicional, um colóquio, que prioriza a troca de ideias e a demonstração e aplicação de técnicas e habilidades, reuniu em sua última edição 50 jovens empreendedores.
O encontro desta vez teve a participação de Aline Cardoso, Secretária Municipal de Trabalho e Empreendedorismo de São Paulo. Ela foi eleita vereadora pelo (PSDB) e substitui na pasta a Eliseu Gabriel (PSB), que reassumiu seu posto de vereador na Câmara Municipal de São Paulo.
Aline Cardoso foi eleita vereadora pela primeira vez em 2016, com 25.769 votos.
No contato com os jovens empreendedores, Aline disse que a Secretaria Municipal de Trabalho e Empreendedorismo, atua na promoção do desenvolvimento econômico, nas oportunidades de trabalho e emprego e na garantia da segurança alimentar e nutricional na cidade de São Paulo.
“Entre as ações da secretaria para apoiar o empreendedorismo, estão a realização de eventos, informações sobre programas de apoio aos empreendedores oferecidos a seus parceiros, orientação sobre formalização do microempreendedor individual e para abertura de empresas no município.
Também capacitamos as pessoas para a gestão de seus negócios, bem como facilitamos o acesso ás informações de crédito e financiamento e apoiamos empreendimentos econômicos solidários”, disse Aline.
A secretaria também realiza ações em cooperação com a Agência São Paulo de Desenvolvimento.
A agência implementa programas que contribuam para o desenvolvimento local e das vocações econômicas da cidade, especialmente por meio do empreendedorismo.
A crise econômica e o consequente aumento do desemprego fizeram com que aumentasse o número de pessoas que querem montar um negócio. Por conta disso, afirma Aline, a cidade de São Paulo possui 581.903 microempreendedores individuais (MEI) ativos.
Segundo ela, de janeiro a agosto de 2017, foram realizados pela Prefeitura de São Paulo 40.915 atendimentos a pessoas interessadas em se cadastrar no MEI, com orientações para formalização, acesso a créditos, capacitações, acesso ao portal do empreendedor.
Neste período, 57.103 MEIs foram formalizados.
“Se compararmos o número de microempresas abertas entre 2013 e 2016, podemos perceber que o aumento se deu realmente nos dois primeiros anos da crise, crescendo 6% em 2014 e 3% em 2015. Em 2016, esse percentual diminuiu 2%.”
E qual o ramo de negócio que mais cresce em São Paulo entre os empreendedores?
Entre 2009 e 2015, as 20 subclasses de atividade econômica que tiveram o maior número de MEIs registrados na capital paulista somaram 229.335 trabalhadores, o que equivale a 52,6% do total.
O comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios, com 9,4% do total, cabelereiros, manicure e pedicure, 8,6%, bem como as demais atividades de estética e outros serviços de cuidados com a beleza, que tiveram um crescimento de 2,9%.
Quem mais empreende? “Os últimos dados que temos são de 2014 e mostram que a participação dos homens no empreendedorismo é maior. O cenário se repete em cada uma das oito regiões do município. A predominância do sexo masculino é mais evidente na Zona Sul da cidade, com 55%".
Leonardo dos Santos Ramos, 26 anos, faz parte desta estatística. Ele nunca foi empregado. Desde os 18 anos administra, junto com o pai, a Zacarias Iluminação e Projetos, fundada pelo pai, Zacarias Oliveira Ramos, há 35 anos, na região de Pirituba. Leonardo é também vice-diretor superintendente da Distrital Noroeste.
Formado em economia pela Faculdade Rio Branco, é diretor administrativo da empresa.
Trata-se de uma empresa de médio porte. A Zacarias Iluminação e Projeto emprega 10 pessoas.
“É neste fórum que busco combustível para empreender. As nossas reuniões são importantes para melhorar a capacitação”, disse.
Com a morte do pai há quatro meses, Bruno Pita Montelo, 28 anos, teve de assumir o controle da Montelo Imóveis, também na região da Distrital Noroeste.
O forte do escritório imobiliário sempre foi a compra, venda e locação de imóveis. Mas com a crise econômica e a retenção do mercado, com a queda de compras, vendas e aluguéis de imóveis no pais, especialmente em São Paulo, a saída para a Montelo foi se especializar também em administração de imóveis.
”Hoje o forte da nossa empresa é a administração de imóveis”, afirma.
Com o mercado de vendas, compras e aluguéis em crise, o faturamento mensal da Montelo chega, no máximo, aos R$ 15 mil mensais.
Bruno é o coordenador do Fórum dos Jovens Empreendedores. E é nos encontros que ele vai buscar ânimo para não esmorecer em tempos de crise.
“Estes encontros servem para dar visibilidade aos jovens empreendedores da região. Também cria um canal de parceria e nos dá a possibilidade de participar da política regional”, diz ele.
Caroline Procópio, 25 anos, está no início de sua caminhada como empreendedora. Formada em publicidade e propaganda na Faculdade Rio Branco, especializada em áudio visual, faz atualmente um curso de marketing.
Há seis meses abriu uma empresa que faz consultoria de marketing.
“Priorizo a criação, mas também cuidamos do texto editorial e tudo que possa melhorar a comunicação da empresa”, afirma.
Caroline trabalha em casa. Ela normalmente é chamada para aumentar o número de acessos de sites corporativos.
“Somos chamados para mudar a comunicação. Então, fazemos uma análise estrutural do veículo de comunicação da empresa que nos contratou. O primeiro passo é saber que tipo de público quer atingir. A análise vai nos dizer se será necessário mudar o visual, as cores, o texto do meio de comunicação da empresa”, diz ela.
Caroline ainda não tem ideia sobre o faturamento da empresa. “Por enquanto só estou investindo”, afirma.
O Fórum dos Jovens Empreendedores, segundo ela, serve para trocar experiências e criar vínculos com comerciantes e moradores da região de Pirituba. “São encontros muito gratificantes”, afirma.
FOTOS: Wladimir Miranda/Diário do Comércio e Divulgação