Foodservice puxa franchising, que cresce 11,4% no 3º trimestre
Todos os segmentos cresceram, mas o de Alimentação Fora do Lar teve a maior alta, 17,5%. No acumulado de doze meses, a receita do setor de franquias cresceu 13,3% e, entre janeiro e setembro, 13,6%, segundo a ABF
O franchising indica ter superado a fase de recuperação mais aguda da pandemia, manteve a curva de crescimento e teve alta de 11,4% no faturamento no terceiro trimestre de 2023.
É o que aponta a Pesquisa Trimestral de Desempenho realizada pela ABF (Associação Brasileira de Franchising). O estudo mostra que o faturamento do setor passou de R$ 56,256 bilhões para R$ 62,676 bilhões nesse período, comparado aos mesmos meses de 2022.
Frente ao terceiro trimestre de 2021, a variação positiva foi quase três vezes maior, de 32,3%. Em relação a igual período de 2020 (início da pandemia), a receita cresceu ainda mais, 42,6%. Na comparação com 2019, a alta foi de 32,8%.
Esse desempenho das redes de franquias se deve, principalmente, ao avanço da digitalização, da omnicanalidade e da adoção de novos formatos, um ambiente de atividades presenciais consolidado e com a melhora de indicadores macroeconômicos, como a taxa de empregos.
Porém, desafios como equacionar os compromissos da pandemia, a pressão inflacionária, a dificuldade no acesso a crédito, a complexidade do ambiente de negócios no Brasil e dificuldades na contratação de mão de obra qualificada permanecem.
No acumulado de 12 meses, a pesquisa da ABF indica que houve avanço de 13,3% na receita, de R$ 204,351 bilhões para R$ 231,584 bilhões. Já entre janeiro e setembro deste ano, a alta foi 13,6% superior a igual período de 2022, apontando o bom momento vivido pelo setor.
Para a associação, estes indicadores apontam que o setor deve encerrar o ano dentro das projeções realizadas: o faturamento deve crescer entre 9,5% e 12%, as operações 10%, as redes, 4%, e o número de empregados 10%. Porém, a ABF está atenta aos cenários internacional e nacional que possam, eventualmente, impactar o setor no quarto trimestre.
Tom Moreira Leite, presidente da ABF, afirma que os resultados corroboram que o setor superou a fase de recuperação mais aguda pós-pandemia, e agora foca na expansão efetiva de seus negócios. Mas agora as regras são outras: vendas híbridas, uso mais intensivo de tecnologia, atenção a novos mercados e até operações de fusões e aquisições.
"Em outros estudos, identificamos também a força de mercados onde o agronegócio é presente, e a considerável expansão em cidades do interior, principalmente de São Paulo", diz, lembrando que, enquanto entidade representativa, a ABF continua a acompanhar o trâmite da Reforma Tributária e pleitos como a atualização do Simples e seus impactos no ambiente de negócios.
TODOS OS SEGMENTOS CRESCEM
De julho a setembro, como observado nos trimestres anteriores, o estudo da ABF mostrou que todos os segmentos do franchising cresceram. Entre os Top 5, o maior índice foi de Alimentação-Food Service, com alta de 17,5% nas receitas no período.
Entre os fatores principais que explicam este desempenho estão o aumento no número de marcas e unidades, incremento no faturamento médio por operação, o retorno do trabalho presencial, lançamento de produtos, reformulação e melhorias do cardápio e portfólio.
O grupo Saúde, Beleza e Bem-Estar se destacou em segundo lugar, com receita 13,7% maior. O segmento registrou aumento na quantidade de redes, operações e crescimento do faturamento médio por unidade. Além disso, ele continuou se beneficiando dos cuidados das pessoas com sua saúde, com destaque para as óticas, cuidados estéticos e fitness.
Entretenimento e Lazer apresentou o terceiro melhor desempenho, com alta de 12,4%. Um dos mais atingidos pela pandemia, o segmento reportou forte desempenho em 12 meses pela melhora dos investimentos dos franqueados. Também entraram empresas novas e voltadas ao público infantil e adolescente.
Já Alimentação-Comercialização e Distribuição (que inclui supermercados, chocolaterias e lojas de conveniência) ficou em quarto lugar, com 11,8% de alta, tendo como principais razões para o desempenho fatores econômicos e de mercado e maior engajamento nas lojas físicas.
Fechando os Top 5 está Serviços e Outros Negócios, que também registrou crescimento de 11,8% no período. O segmento que emprega o maior número de trabalhadores no país se destacou pela maior demanda por serviços nesse período.
“O crescimento observado em todos os segmentos do franchising, como ocorrendo nos trimestres anteriores, reafirma sua consolidação com os planos de expansão das redes, apoiadas por sinais positivos no ambiente econômico e a disposição do brasileiro em empreender”, completa Moreira Leite.
As aberturas e fechamentos de operações confirmam isso: o levantamento indicou que foram inauguradas 4,5% mais unidades no trimestre ante igual período de 2022.
O índice de encerramento ficou em 1,7%, resultando em saldo positivo de 2,8%. Já os repasses ficaram quase estáveis, com 0,7% ante 0,9% do segundo trimestre de 2022. Houve acréscimo de 11.990 operações, totalizando 191.346 unidades. Já o número de empregos diretos foi da ordem de 1,645 milhão de trabalhadores.
NOVOS PROJETOS
O presidente da associação completa ainda que, neste cenário de crescimento, a ideia é incentivar ainda mais as boas práticas do setor e decisões conscientes de investimento, e nesse sentido foram lançados dois projetos importantes: o portal ABF e Sebrae e o ABF Academy.
O primeiro traz conteúdo de capacitação para candidatos a franqueado e franqueados em operação, potenciais franqueadores e franqueadores que estão iniciando suas atividades.
Já o segundo tem informações para franqueadores, franqueados, parceiros e todos os elos da cadeia de interessados e atuantes no setor, abertas a todos e com conteúdos exclusivos para os associados. "Esperamos apoiar desenvolvimentos ainda maiores do setor nos próximos anos”.
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