Família Brett volta para a confecção com a grife Replay

Alexandre Brett (foto) e Luiz Vaiano, da rede Canal, inauguram a primeira loja da marca italiana em São Paulo, planejam abrir outras 30 e abastecer 400 lojas multimarcas

Fátima Fernandes
08/Mai/2017
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Família Brett volta para a confecção com a grife Replay

O contato com o mundo da moda começou quando Alexandre Brett, ainda adolescente, frequentava a empresa da família, a Vila Romana, especializada em ternos e camisas sociais masculinas.

Mas experiência mesmo Alexandre ganhou na prática à frente da administração das marcas VR e Mandi. Em 2005, firmou uma joint-venture com empresários americanos para trazer a Calvin Klein ao Brasil. Vendeu sua participação em 2010. 

Outro salto mais recente nos negócios foi a venda das marcas Mandi e a VR para a InBrands, de Nelson Alvarenga, na qual permaneceu como executivo até 2015.

Encerrado o período de quarentena, Alexandre, de 45 anos, trouxe agora para o país a italiana Replay, justamente no momento em que grifes de luxo saem em debandada do Brasil.

Em parceria com o empresário Luiz Vaiano, dono da rede Canal Concept, ele acaba de abrir a primeira loja da marca, especializada em jeans, na Rua Oscar Freire, em São Paulo.

A dupla selou uma parceria com o grupo italiano Fashion Box, dono da marca.

O projeto é ambicioso:  inaugurar, nos próximos dez anos, 30 lojas no mercado brasileiro, entre próprias e franquias. 

A segunda loja já está programada para abrir em agosto no shopping JK Iguatemi.

Os jeans, por enquanto, são todos importados, com preços de R$ 300 a R$ 700.

Mas a ideia de Brett é passar a produzir uma parte das peças no país, o que pode reduzir esse valor de comercialização.

O setor de confecções foi um dos que mais sofreram com a crise. Dezenas de grifes estrangeiras desistiram do Brasil e milhares de lojas fecharam as portas nos últimos dois anos.

LEIA MAIS: Há um movimento de 'seleção natural' nos shoppings. Como sobreviver? 

“Investimos por acreditar que temos um formato de negócio com potencial para crescer no mercado brasileiro”, afirma Brett.

Além de lojas próprias, as peças da marca italiana serão distribuídas em 400 lojas multimarcas Brasil afora.

“O país passou por um momento de euforia, com a abertura de shoppings e lojas. A situação é outra. É preciso ser conservador, mas estou animado com o negócio”, diz.

Até o final do ano, o consumidor poderá comprar as peças da marca também pela internet.

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A ORIGEM

A Replay foi fundada em 1978 por Claudio Buziol, em Asolo, na Itália. O nome surgiu enquanto assistia a uma partida de futebol na TV e a palavra ‘replay’ piscava no canto da tela durante a exibição dos melhores momentos do jogo.

Com 240 lojas espalhadas por 75 países, a marca italiana obtém um faturamento de cerca de US$ 350 milhões a cada ano, com coleção de cerca de mil modelos de calças jeans.

A Replay não é a única marca estrangeira que está de olho no país. A Tag Heuer, empresa suíça conhecida pela fabricação de relógios esportivos, inaugura em maio a sua segunda loja no Brasil - no shopping Village Mall, no Rio de Janeiro.

A primeira loja da marca foi aberta em 2012, no shopping Cidade Jardim, antes de a crise mostrar que viria para valer. Em um prazo de quatro a cinco anos, a empresa suíça quer ter entre quatro e cinco lojas no país.

 “O Brasil vem passando por um momento complicado. A paritr de 2012, a euforia de consumo começou a diminuir. Muitas marcas não aguentaram, perderam a esperança e saíram daqui”, diz Freddy Rabbat, presidente da Tag Heuer no Brasil.

Rabbat também preside a Abrael (Associação Brasileira das Empresas de Luxo), entidade que reúne cerca de 30 marcas de luxo, um mercado que movimenta em torno de R$ 1,5 bilhão por ano no país, considerando roupas, sapatos, joias e perfumes.

Ao mesmo tempo em que muitas das grifes de luxo cansaram de investir no país, sem obter o retorno esperado, outras tiveram a sorte de não passar anos despejando dinheiro no mercado brasileiro.

"As marcas que estão vindo entendem que a economia deve reagir", diz Rabatt.

A Tag Heuer, na avaliação do executivo, foi mais conservadora nos investimentos nos anos de crise e, por essa razão, tem fôlego agora para começar a expandir o negócio no Brasil.

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Foto: Divulgação

 

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