Falta de energia: geradores barulhentos da Enel afastam clientes do Centro de SP
Além de prejuízos com a oscilação no fornecimento de energia, que tem danificado equipamentos e estragado alimentos, os empresários da região convivem com o barulho dos geradores, sem prazo para serem removidos
Os comerciantes do centro histórico de São Paulo, especialmente os localizados na região da 25 de Março e da rua XV de Novembro, relatam prejuízos causados pela queda constante da energia elétrica, algo que se arrasta há 15 dias.
Para tentar contornar o problema, a Enel instalou caminhões com geradores, mas o Diário do Comércio apurou que o paliativo acabou afetando o movimento de clientes, incomodados com o intenso barulho.
Nesta terça-feira, 11/3, a região enfrentou, mais uma vez, oscilações no fornecimento de energia. Por meio de nota, a Enel informou que as altas temperaturas dos últimos dias causaram o aquecimento das galerias, danificando trechos da rede, que agora estão passando por manutenção.
Enquanto o problema não é solucionado definitivamente, os comerciantes locais contabilizam prejuízos. Breno dos Santos, gerente do restaurante Flor da XV de Novembro, diz que viu o faturamento cair 70% na última quarta-feira (05) devido à queda de energia que durou cerca de três horas. “Tivemos perda de produtos, clientes e equipamentos”, diz.
Com dois caminhões geradores em frente ao estabelecimento, Breno dos Santos comenta que o barulho tem afastado os clientes, que preferem almoçar em locais mais tranquilos. Os comerciantes também se queixam da falta de um prazo da Enel para retirar os geradores.
Foi o mesmo problema enfrentado pelo restaurante Tekita Sucos e Lanches, que ficou sem energia do sábado de Carnaval (dia 1º) até segunda-feira (03) e precisou descartar todos os alimentos frescos, que acabaram estragando. “Perdemos 10 quilos de carne moída, 5 quilos de filé de frango e 100 salgados, entre outros produtos”, diz Antonio Ferreira, sócio-proprietário do Tekita.
No último sábado (08), a loja também enfrentou queda na energia, que durou cerca de uma hora. Ferreira também compartilha que o barulho dos geradores está afastando os clientes.
Na Ladeira General Carneiro, João Batista, dono da lanchonete Grego Especial, comenta que ficou sem energia na última segunda-feira (10). O problema durou pouco, cerca de 15 minutos, mas, diante do histórico dos apagões na região, diz que ficou apreensivo, com medo de durar mais tempo.
O receio de Batista tem embasamento. Dias antes, na semana que antecedeu o Carnaval, ele conta que perdeu 70 quilos de carne, um prejuízo que avaliou ser de R$ 1,4 mil.
IMAGEM: Rebeca Ribeiro/DC
