Estrela multiplica vendas e brilha na quarentena

Empresa aposta em clássicos como Banco Imobiliário e Detetive para entreter pais e filhos confinados em casa, caso do engenheiro agrônomo Fábio Catulé (foto), que divide o tempo entre o home office e brincadeiras com Maria Clara e Miguel

André de Almeida
18/Mai/2020
  • btn-whatsapp

Sabe aqueles jogos clássicos da Estrela que marcaram época, como Banco Imobiliário, Detetive, Cara a Cara e Jogo da Vida? Ou os quebra-cabeças que costumavam reunir famílias inteiras em torno de uma mesa?

Nesse período de quarentena, a partir da segunda quinzena de março, as vendas desses brinquedos da marca dobraram em relação à mesma época do ano passado. Se compararmos com o e-commerce, o crescimento é de quase 300% no mesmo período.

“Com as crianças em casa, os pais tiveram que criar atividades para entretê-las. E o jogo é um instrumento de socialização, onde pessoas de todas as idades passam horas unidas e agradáveis”, afirma o diretor de marketing da Brinquedos Estrela, Aires Fernandes.

O isolamento social e a adoção do home office colaboraram para impulsionar as vendas do setor e “fizeram com que os pais reaprendessem a brincar com seus filhos dentro de casa. Nesse contexto, os jogos tradicionais estão sendo apresentados de pais para filhos”.

O campeão de vendas no período, segundo o diretor de marketing da Estrela, é o Banco Imobiliário, no catálogo da empresa desde 1944. Depois vem o Detetive, Cara a Cara, Jogo da Vida e os quebra-cabeças em geral.

O aumento na venda de jogos clássicos na quarentena foi constatada na rede de lojas Ri Happy. De acordo com a diretora comercial do grupo, Sandra Haddad, o Banco Imobiliário, Detetive, War, Puxa Puxa, Batatinha e Uno foram os produtos mais procurados.

“As vendas de jogos para brincar em família e quebra-cabeças, principalmente com mais de 1 mil peças, cresceram no site três vezes mais que o normal”, diz Sandra.

Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) em parceria com a Konduto, também confirma o aquecimento do setor de brinquedos durante a pandemia.

A categoria, de acordo com o presidente da ABComm, Maurício Salvador, foi a que mais surpreendeu, com um crescimento de 434% em volume financeiro na primeira semana após o confinamento.

“Se considerarmos o período entre 15 de março e 9 de maio, o crescimento é de 386% no segmento, o que é bastante significativo”, comenta Salvador.

EDUCATIVOS

Outra linha que cresceu na quarentena foi a de brinquedos educativos, voltados para crianças com menos de 5 anos. Precisando se dedicar ao home office, os pais foram às compras para buscar alternativas de brincadeiras para os filhos pequenos.

Esse é o caso do engenheiro agrônomo Fábio Catulé. Com os filhos Maria Clara, 5 anos, e Miguel, 2 anos, em casa desde a segunda quinzena de março, ele encontrou nos brinquedos educativos uma forma lúdica de entretê-los enquanto a esposa e professora Juliana prepara as aulas e leciona on-line para seus alunos.

“Na quarentena tivemos que comprar novos brinquedos para distraí-los. Como as crianças estão mais tempo em casa, muitas vezes elas acabam se cansando dos jogos que estavam acostumadas a brincar”, conta o engenheiro.

Além dos brinquedos educativos, as massas de modelar foram os itens da Estrela para o público infantil com maior crescimento nas vendas nos dois últimos meses.

TENDÊNCIAS

Para o diretor de marketing da Estrela, a empresa, ao mesmo tempo em que espera a reabertura das atividades comerciais no país, está atenta às novas tendências de consumo de brinquedos e mudanças nos hábitos dos consumidores em países que já começaram a flexibilizar a abertura do comércio, como Austrália e China, por exemplo.

“Nesses mercados podemos observar uma valorização das marcas mais tradicionais. Com a diminuição da renda, está havendo uma queda da compra por impulso e a escolha por produtos mais conhecidos pelo consumidor”, afirma Fernandes. “Pelo fato da marca Estrela ser conhecida, com 42% de market share, teremos uma vantagem muito grande”, completa.

Outra tendência observada nos dois países, segundo Fernandes, é o fato de as pessoas não se deslocarem grandes distâncias para fazer compras. “Assim, como os deslocamentos tendem a ser curtos, haverá uma valorização de lojas e redes que estão nos bairros”, afirma.

No segmento de brinquedos, historicamente o quarto trimestre, que abrange o Dia das Crianças e o Natal, representa 70% das vendas anuais. “É onde o sucesso ou o fracasso do ano é estabelecido. No segundo semestre apresentaremos lançamentos e campanhas promocionais visando as datas comemorativas”, finaliza o diretor da Estrela.

IMAGEM: Divulgação

 

O Diário do Comércio permite a cópia e republicação deste conteúdo acompanhado do link original desta página.
Para mais detalhes, nosso contato é [email protected] .

 

Store in Store

Carga Pesada

Vídeos

Rodrigo Garcia, da Petina, explica a digitalização do comércio popular de São Paulo

Rodrigo Garcia, da Petina, explica a digitalização do comércio popular de São Paulo

Alexandra Casoni, da Flormel, detalha o mercado de doces saudáveis

Conversamos com Thaís Carballal, da Mooui, às vésperas da abertura de sua primeira loja física