Emprego formal volta a encolher
Depois do bom resultado em fevereiro, os dados do Caged mostram perda de 63.624 vagas em março. O comércio teve o pior desempenho

O Brasil perdeu 63.624 vagas formais de emprego em março deste ano, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
No trimestre, o Brasil registra fechamento líquido de 64.378 empregos. Em março do ano passado, o saldo foi negativo em 118.776 vagas.
O comércio foi o setor da economia que mais fechou postos de trabalho. No mês passado, houve saldo líquido negativo de 33.909 empregos nesse setor.
Serviços fechou 17.086 postos em março, a construção civil 9.059, a indústria da transformação fechou 3.499 vagas e a agricultura perdeu 3.471.
Por outro lado, a administração pública terminou março com abertura líquida de 4.574 postos de trabalho.
FRUSTRAÇÃO
Ronaldo Nogueira, ministro do Trabalho, nega que a queda do número de empregos formais no mês de março gera a sensação de frustração para o governo.
"Não há frustração porque a comparação com 2016 mostra metade da perda de emprego. Vamos melhorando mês a mês e a perda de emprego vem reduzindo sistematicamente", afirmou.
Nogueira explicou que a confiança continua no governo porque os números mostram que o ritmo de destruição de empregos é cada vez menor. "Até março de 2016, foram fechados 118,7 mil empregos. Agora, tivemos 64,3 mil empregos. O ritmo está menor. Não houve frustração e a expectativa positiva se mantém", disse.
Questionado, Ronaldo Nogueira rechaçou a avaliação de que pode ter havido comemoração precipitada em fevereiro, quando o dado do emprego foi anunciado no Palácio do Planalto com a presença do presidente Michel Temer.
"Não houve comemoração precipitada em fevereiro, quando houve criação de empregos."
Para o ministro, os indicadores de confiança nas empresas, investidores e famílias indicam que a economia começa a reagir e, por isso, há confiança.
O ministro do Trabalho ressaltou que não é possível que o emprego de alguns setores se recupere em períodos muito curtos. Na construção civil, por exemplo, Nogueira citou que a criação de empregos só deve ser vista em alguns meses e citou agosto como possível virada no emprego da construção.
Mesmo assim, reafirmou a aposta de que abril poderá voltar a ter números positivos.
ABRIL
Mesmo com a má notícia de que o Brasil voltou a perder empregos em março, Ronaldo Nogueira demonstrou confiança na retomada da criação de empregos no curto prazo. "Acredito que em abril poderemos ter uma sinalização positiva."
O ministro argumenta que a economia brasileira poderá voltar a ter criação líquida de empregos porque há sinais de retomada da confiança e na retomada da demanda.
"Lógico que eu gostaria de estar noticiando a continuidade dos números positivos e espero que em abril, quando estivermos aqui, poderemos estar analisando números positivos", disse.
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