Em Paris, Meirelles diz que agenda econômica continua avançando
Ministro diz que a aprovação da reforma da Previdência, mesmo que fique para o segundo semestre deste ano, trará “um resultado extremamente favorável” para as contas públicas
A agenda econômica continua em andamento, independentemente das discussões de ordem política, avaliou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em Paris, onde participa da reunião da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Em entrevista coletiva à imprensa, Meirelles destacou que a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado concluiu a votação do texto da reforma trabalhista na terça-feira (06/06) e a reforma da Previdência está em discussão no Congresso Nacional.
“Continuamos trabalhando normalmente. O Brasil continua a funcionar, independente de discussões de ordem política”, disse.
Para Meirelles, a aprovação da reforma da Previdência, mesmo que fique para o segundo semestre deste ano, trará “um resultado extremamente favorável” para as contas públicas.
“Do ponto de vista de formação de expectativa, se for aprovada de fato – como têm sinalizado alguns líderes do Congresso – este mês, é um cenário positivo e seria o melhor para o país”, acrescentou.
“Não é meramente uma posição política de cada um [dos parlamentares] - contra ou favor. O que existe é uma discussão objetiva sobre a necessidade de se fazer uma reforma da Previdência no Brasil”, enfatizou.
Meirelles disse ainda que a economia brasileira já mostra sinais de retomada do crescimento e os mercados, na última semana, ficaram “relativamente estáveis”, o que indica expectativa de continuidade da evolução da economia brasileira.
JUROS
O ministro disse ainda que é uma característica normal do Banco Central (BC) ser cauteloso. Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC indicou que pode fazer uma redução moderada em ritmo de cortes na taxa básica de juros, a Selic.
Para Meirelles, o BC seguiu o que estava previsto pelo mercado, ao reduzir a Selic em 1 ponto percentual, para 10,25% ao ano, e “deu a indicação clara aos mercados” de que vai monitorar a atividade econômica e as perspectivas de inflação.
PAÍS-MEMBRO
Pelo Twitter, o ministro disse que a candidatura do Brasil como país-membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) está sendo “muito bem recebida”.
“Entrada na #OCDE faz parte da nossa agenda de reformas”, disse, na rede social, onde abriu hoje (7) uma conta.
No final do mês passado, o governo confirmou que o Brasil apresentou pedido para aderir à organização internacional de 35 países, baseada nos princípios da democracia representativa e da economia de livre mercado.
De acordo com o porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, o governo brasileiro acompanha as atividades da OCDE desde 1994 e, em 2007, foi convidado a um “engajamento ampliado” com vistas justamente a uma possível entrada na organização.
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