"É importante ter taxas bancárias menores", diz Portugal

Murilo Portugal, presidente da Febraban, afirma, porém, que não há bala de prata para reduzir spread

Estadão Conteúdo
07/Fev/2017
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"É importante ter taxas bancárias menores", diz Portugal

Em meio ao aumento da pressão dentro e fora do governo para que os grandes bancos reduzam as taxas de juros dos empréstimos bancários, Murilo Portugal, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), afirmou que não há "bala de prata" para resolver o problema do spread elevado no Brasil.

Segundo Portugal, os bancos já começaram o processo de redução dos spreads - que é a diferença entre o custo de captação do banco e o que ele cobra dos seus clientes nos empréstimos.

O recuo nos spreads que estão presentes nas taxas de financiamento das empresas e pessoas físicas vai continuar, assegurou o presidente da Febraban.

"Para o setor bancário é importante ter taxas bancárias menores", disse ele, ressaltando que os bancos vão trabalhar para atacar, junto com o Banco Central, os gargalos responsáveis pela spreads elevados.

LEIA MAIS: Dez propostas para reduzir o spread bancário

Mas negou que os bancos estejam sofrendo pressão do governo para reduzir os spreads e ressaltou que o BC está tratando o assunto de forma "racional" para fazer o melhor diagnóstico do problema.

"Sem um bom diagnóstico, acabamos correndo o risco de se tomar os remédios errados", advertiu ele, lembrando a tentativa que foi feita durante o governo Dilma Rousseff, em 2012, quando a equipe econômica acionou os bancos públicos para pressionarem a queda dos spreads pelos bancos privados.

Essa é a primeira vez nos últimos anos que a Febraban expõe a sua avaliação detalhada sobre o problema.

Na véspera do debate no BC sobre medidas para a redução do spread e do custo do crédito no Brasil, nesta terça-feira (7/02), o presidente da Febraban disse que o tema é "mal compreendido" no país.

Ele procurou desconstruir a avaliação corrente de que a alta concentração bancária provoca baixa competição entre as instituições no sistema financeiro e, consequentemente, é responsável pelos spreads altos.

Em contraposição à crítica, Portugal disse que, embora a concentração seja realmente alta, há competição entres os bancos.

Entre as principais razões para as taxas de spread altas, ele apontou o risco elevado dos bancos com inadimplência. Mas o problema maior, na sua avaliação, é a difícil recuperação do crédito no Brasil em comparação aos outros países.

FOTO: Clayton de Souza/Estadão Conteúdo

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