E-commerce e B2B marcam volta do tradicional Doce de Leite Guaxupé

Ícone da cidade mineira de mesmo nome e considerado uma iguaria, o produto, que estava fora do mercado desde 1996, é relançado com expectativas de ampliar sua capilaridade no Brasil e chegar ao exterior

Karina Lignelli
10/Abr/2023
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E-commerce e B2B marcam volta do tradicional Doce de Leite Guaxupé

Fora do mercado desde 1996, o tradicional Doce de Leite Guaxupé, marca oriunda da cidade mineira de mesmo nome, está de volta para reconquistar espaço não só nas prateleiras físicas, mas também nas virtuais por meio de redes sociais e marketplaces. 

Reativada em outubro de 2022 pelo publicitário Júlio César Ferreira, que adquiriu a marca do cunhado, ela retorna com o apelo da receita original de 1965, ano do lançamento.

Nesse novo momento, a Guaxupé Alimentos, que tinha uma participação importante em pequenos comércios, como padarias, mercearias, entre confeiteiros e vendedores de churros, já está em cerca de 100 pontos de venda e foca em outras estratégias para ampliar sua capilaridade. 

Com a área comercial ainda em expansão, a marca disponibiliza o produto em grandes marketplaces, como Mercado Livre e Shopee, e estuda entrar em outros. 

Em menos de seis meses do seu retorno o doce de leite já avançou para além das fronteiras de Guaxupé, chegando a alguns pontos de venda em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. E com resultados "muito bons", afirma Ferreira, sem revelar números.

"Ainda não temos uma estrutura de vendas Brasil afora, mas enquanto isso não acontece, o e-commerce tem sido uma plataforma muito importante e fundamental no quesito capilaridade."

Além de perfis no Instagram e Facebook, a aposta da marca tem sido investir também na antiga parceria com revendedores no mercado B2B, oferecendo embalagens de 4,8 kg do doce para atingir grandes empresas do ramo de food service, franquias de bolo e empórios, por exemplo. 

A ideia é atrair cada vez mais representantes da marca para chegar a outros clientes-transformadores, que fazem subprodutos com o doce de leite em volumes muito grandes.

"Imagine o tanto de clientes desse tipo que tem no Brasil e o potencial para vendas desse produto: é esse volume interessante que queremos trabalhar cada vez mais", destaca. 

Hoje, o doce de leite é produzido em uma fábrica localizada em Juréia, pequeno distrito de Monte Belo, cidade vizinha a Guaxupé. Além de ampliar o e-commerce e o B2B, a meta de Ferreira é iniciar o processo de exportações para conquistar o mercado internacional.

O RETORNO

Uma vez vendedor, sempre vendedor. E foi por isso, e pela relação familiar e afetiva com a marca, que Júlio César Ferreira, profissional com mais de 40 anos de mercado publicitário e "quase aposentado", conforme conta, decidiu voltar a Guaxupé, onde nasceu.

Ele, que afirma já ter vendido de tudo, de publicidade para grandes veículos de imprensa até o "ar de Guaxupé" envasado, nos anos 80, viu nesse retorno a oportunidade que faltava para pôr em prática a antiga ideia de relançar o tradicional doce batizado com o nome da cidade. 

Após mais de 30 anos no mercado, a fábrica e a marca acabaram descontinuadas por problemas de gestão, que fizeram a operação decair até fechar por conta de uma infelicidade - a perda de familiares próximos, segundo Ferreira. 

Mesmo assim, ao longo dos anos e desde que saiu do mercado, o doce, considerado uma iguaria, se manteve como uma espécie de ícone da cidade de Guaxupé. 

Em outubro de 2022, com um investimento de cerca de R$ 200 mil para retomar a empresa e da produção, o Doce de Leite Guaxupé voltou às prateleiras e à mesa do consumidor.  

"Em qualquer lugar do Brasil em que eu falasse que era de Guaxupé a reação era a mesma: ah tá, a terra do doce de leite", diz Ferreira. "Isso me deu a convicção de que a marca sempre foi muito forte, e que se voltasse, voltaria bem no mercado. E é isso o que está acontecendo." 

 

IMAGEM: Guaxupé/divulgação

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