Do dinossauro inteligente à realidade virtual
Lançamentos inovadores na maior feira mundial do varejo
A realidade virtual vai virar realidade de negócios?
O Big Show é um evento de grande porte, mas não se compara a outra feira realizada todo mês de janeiro nos Estados Unidos: a Consumer Electronics Show, que acontece em Las Vegas.
Este ano, uma das vedetes da CES foi a tecnologia de realidade virtual. Depois de anos de espera, o Facebook anunciou o lançamento comercial do Oculus, um óculos que permite que o usuário se sinta “dentro” de ambientes virtuais.
Como não poderia deixar de ser, a realidade virtual também apareceu no evento do varejo. A consultoria Capgemini, em parceira com a Intel, exibiu um sistema engenhoso para a modelagem virtual de ambientes.
Miniaturas de armários, pia, fogão e geladeira são arranjados em uma base equipada com sensores. Ao colocar os óculos especiais, o usuário consegue “entrar” nessa cozinha virtual, para ter uma sensação mais precisa de como ficará o ambiente. O sistema promete reduzir o custo de experimentações e acelerar os prazos para novos conceitos de lojas.
A inteligência artificial também chegou aos brinquedos
A empresa americana Cognitoys trouxe para o Big Show o Dino, um dinossauro de brinquedo que conversa com as crianças. Conectado ao Watson, da IBM, o Dino é capaz de entender as perguntas e responder perguntas de crianças a partir dos cinco anos.
O brinquedo também conta histórias interativas, em que a criança ajuda a completar o enredo. O Dino vai custar 99 dólares e já está em pré-venda.
O lançamento no varejo deve acontecer no segundo semestre. Por enquanto, ele só entende inglês, mas a ideia é que as próximas versões sejam capazes de traduzir outras línguas.
A fronteira da tecnologia
Nomes estabelecidos do mundo da tecnologia montam os maiores estandes e ocupam o maior espaço da feira. Quem quiser conhecer as startups que estão tentando ser a próxima Oracle, SAP ou Microsoft pode visitar o espaço Launch Pad (plataforma de lançamento), que reúne mais de duas dezenas de startups que querem chacoalhar o mundo do varejo com suas inovações. Veja abaixo três startups que apresentaram suas novidades no Big Show 2016.
Freightos
A empresa quer ser para o mundo do transporte de cargas o que o Uber representou para o transporte de pessoas. Baseada em Hong Kong e com 23,3 milhões de dólares em investimentos de fundos de capital de risco, a Freightos é um mercado aberto em que transportadores de carga podem oferecer seus serviços para quem precise de frete.
Cotações de preços de frete demoram até três dias e são negociadas via email e planilhas de Excel. A companhia aposta na velocidade e na modernidade de um sistema como o do Uber para abocanhar parte desse mercado bilionário – e ainda muito ineficiente.
Placemeter
O rastreamento de clientes dentro das lojas, seja usando sensores de Wi-fi, calor ou câmeras -- é um dos hits da Big Expo há alguns anos. A Placemeter quer fazer essencialmente a mesma coisa, mas olhando da porta para fora.
Com as imagens das câmeras de segurança ou de outros equipamentos especialmente instalados, a empresa ajuda os varejistas a entender a movimentação de pedestres e veículos nas imediações das lojas.
Os dois principais objetivos são dois: conhecer melhor o ambiente em que as lojas estão localizadas – ou escolher a localização de novas unidades –,e avaliar a atratividade do negócio para quem está passando na rua. Fundada em 2012 em Nova York, a Placemeter já recebeu 7,84 milhões de dólares em investimentos de risco.
Reflektion
Com investidores de peso como Nike e Intel, a startup californiana Reflektion quer simplificar os sistemas de recomendação automatizados do comércio eletrônico – e ao mesmo tempo aumentar as vendas dos varejistas.
O software da empresa detecta tendências e oferece em tempo real sugestões de produtos personalizadas para os clientes. A fabricante de roupas de surfe O’Neill instalou o sistema em sua loja online e, em poucos meses, registrou um aumento de 50% em suas taxas de conversão – um conhecido calcanhar de aquiles para quem vende pela internet.
A Reflektion conta com veteranos do Vale do Silício entre seus fundadores, entre eles Amar Chokhawala, um dos membros originais do grupo que desenvolveu o sistema de publicidade do Google. A empresa já levantou 11,3 milhões de dólares de investidores institucionais.