Depois de surpreender no final de 2020, indústria perde força

A interrupção da atividade de montadoras importantes e a intensificação das medidas de isolamento social prejudicam o setor

Instituto Gastão Vidigal
05/Abr/2021
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Depois de surpreender no final de 2020, indústria perde força

Em fevereiro, a retomada da atividade industrial intensificou a perda de fôlego iniciada em janeiro. A perspectiva para março não é favorável devido à interrupção da atividade de várias montadoras importantes e à intensificação das medidas de isolamento social.

Para o resto do ano, a recuperação do setor poderia voltar a ganhar tração em função da volta do auxílio emergencial e de outras medidas de socorro às empresas, além do avanço da vacinação e da menor base de comparação de 2020.

Em fevereiro, a indústria recuou 0,7%, livre de efeitos sazonais, interrompendo uma série de nove altas seguidas, nessa mesma base de comparação, e surpreendendo negativamente as expectativas de mercado, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 12 meses, também houve contração de 4,2%, praticamente igual a observada na leitura anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2020, talvez a melhor forma de tentar delinear uma tendência para a atividade do setor, continuou havendo crescimento, porém, de apenas 0,4%, intensificando a desaceleração iniciada em janeiro, conforme pode ser visualizado no gráfico abaixo.

Essa desaceleração se explica essencialmente pelo recrudescimento da pandemia, que provocou interrupção de turnos, pelos aumentos de custos e pela menor demanda por produtos industriais, explicada pelo fim do auxílio emergencial e pelo elevado desemprego. A escassez de insumos enfrentada pelo segmento de veículos também exerceu forte influência negativa.

Em relação a fevereiro de 2020, novamente foram registrados aumentos de produção nos segmentos de bens de capital e intermediários, explicados pelos desempenhos favoráveis das exportações e do mercado imobiliário. Continuaram as contrações nos casos de bens de consumo duráveis, categoria na qual veículos é um dos itens mais importantes, e semiduráveis.

 

IMAGEM: Thinkstock

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