Damaso: escondido, desafio do Open Finance é ter retorno dos bancos
Diferente do Pix, já é avaliado em termos de volume de operações de crédito, vai ser preciso exigir mais informações sobre o processo de compartilhamento de dados financeiros em um futuro próximo, disse o diretor de regulação do BC no Uqbar Experience 2024
O diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Damaso, afirmou na manhã desta sexta-feira (05/04), no painel "O papel do BC e a agenda pós-pix" no Uqbar Experience 2024 (evento sobre inovação no mercado financeiro), que o impacto do Open Finance, diferente do Pix, é difícil de mensurar.
"Ainda não fizemos uma avaliação em termos de volume de operações de crédito, mas observamos uma melhor entrega de valor para o cliente", afirmou. "O grande desafio em termos do Open Finance é que ele fica escondido."
O diretor aventou que é possível que o BC pense, no futuro, em como exigir algum retorno nessa linha das instituições, mas que ele não existe no momento.
"Daqui cinco a dez anos, muita coisa vai mudar no sistema financeiro em prol do consumidor e muito será por causa do Open Finance, mas ele não vai dar a cara que aquilo foi fruto dele."
BANKING AS A SERVICE JÁ É FATO
Damaso afirmou que o mercado do Banking-as-a-Service (BaaS) já é um fato, e está em várias etapas consolidado. O BaaS é uma relação de parcerias entre instituições financeiras e não-financeiras para a oferta de produtos e serviços financeiros
"Não estamos falando de abrir portas, estamos falando de algo que é importante trazer pela regulação, para a sinergia dos participantes crescer com mais segurança", disse em painel do Uqbar 2024.
Damaso defendeu que o estabelecimento de regras muitas vezes é benéfico para as próprias instituições financeiras, ajudando-as a lidar com diversos riscos, como de imagem, crédito e operacional.
IMAGEM: Raphael Ribeiro/BancoCentral