Crise política e crise econômica
Está na hora da classe política despertar para essa realidade, dando uma trégua na crise institucional interna, evitando afetar o desenvolvimento de nossa economia que começa a melhorar
No último dia 29 de Agosto jornal Valor Econômico publicou pesquisa mostrando que, em cada cinco residências brasileiras, uma não tem renda, porque nenhum de seus moradores está trabalhando.
Outra recente pesquisa do IBGE, também denunciou que mais de cinquenta milhões de brasileiros encontravam-se inadimplentes com contas atrasadas, sem poder honrá-las, porque perderam seus empregos.
Diante de um quadro dessa magnitude, qualquer outro país buscaria a união de todas as suas forças na busca de uma solução para minimizar essa tragédia social, que atinge milhões de famílias brasileiras.
A própria história da civilização registrou, durante a Segunda Guerra mundial, o fato das forças aliadas deixarem de lado suas diferenças políticas para se unirem e vencer o inimigo comum.
Por isso seria natural esperar que as autoridades brasileiras dos três poderes de governo estivessem unidas nesta luta para gerar renda e emprego, proporcionando oportunidade de trabalho para os milhões de desempregados.
Não é isso, no entanto, que se vê aqui. Enquanto o povo sofre com a falta de trabalho, algumas dessas autoridades parecem estar preocupadas apenas em buscar espaço na mídia para chamar a atenção para a sua causa ou posição política.
Talvez não estejam preocupadas porque sabem que no final do mês poderão contar com o depósito de seus polpudos salários; enquanto parte da população vive a aflição de não saber como sustentar a família com dignidade.
Essa parece ser a situação, por exemplo, do atual procurador chefe do Ministério Público Federal, que na sua postura de acusador, se esquece da insegurança jurídica que gera para a atividade econômica, afastando os investimentos privados.
Sabe-se hoje, que o governo não tem condições de fazer novos investimentos; necessitando da participação da iniciativa privada interna e dos investimentos externos como única opção, para vencer a crise.
Acontece, porém, que tais investimentos só virão se houver segurança jurídica para a abertura de novos negócios.
Por isto, se não houver bom senso por parte daqueles que detém o poder político, a economia do país não decolará, perdendo-se mais uma oportunidade para o Brasil crescer a índices suficientes para gerar renda e emprego.
Está na hora de a classe política despertar para essa realidade, dando uma trégua na crise institucional interna, evitando afetar o desenvolvimento de nossa economia que começa a melhorar.
O Brasil precisa das reformas programadas, diminuindo o tamanho do Estado e ajudando nossa economia a crescer para atender as necessidades da população.
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