Confiança do empresário do comércio cai 1,9% em novembro, mostra CNC

Segundo a confederação, o risco fiscal, os juros elevados e as incertezas envolvendo a reforma tributária disparam um sinal de alerta para a atividade econômica

Estadão Conteúdo
27/Nov/2023
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O pessimismo observado no mês de outubro no comércio se repetiu em novembro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que mesmo com a Black Friday e a proximidade do Natal apurou uma queda de 1,9% no Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) este mês contra o mês anterior.

O Icec atingiu 110,3 pontos e ainda ficou dentro da zona de satisfação (acima de 100 pontos). "Embora as expectativas de faturamento do setor tenham aumentado por conta da Black Friday e do Natal, todos os indicadores do Icec apresentaram queda, com destaque para a avaliação das condições atuais (-5,4%), que mede a percepção quanto à economia, ao setor e à própria empresa", informou a CNC em nota.

A entidade avaliou que a Black Friday incentivou a reposição de estoques por parte do segmento de bens duráveis, como eletroeletrônicos, móveis e decoração.

Mesmo com a redução da confiança, o comércio de duráveis apresentou a maior influência para a visão mais favorável em relação ao estoque (+1,2%). De acordo com a CNC, porém, o setor varejista enfrenta perspectivas desafiadoras nos próximos seis meses por causa das incertezas macroeconômicas no Brasil.

"O risco fiscal, os juros ainda elevados e a possível majoração dos tributos, advinda da reforma tributária, por exemplo, são fatores que contribuem para um sinal de alerta para a atividade econômica do País", disse o presidente da CNC, José Roberto Tadros, que sugeriu cautela aos comerciantes.

O índice que mede as expectativas futuras do empresário do comércio teve redução de 0,6%, a maior queda desde abril de 2021.

PIORA

O economista-chefe da CNC, responsável pelo levantamento do Icec, Felipe Tavares, explica que seis em cada dez empresários percebem uma piora na atividade econômica e no desempenho das vendas, refletindo as incertezas do panorama atual.

"O cenário está crescendo a taxas decrescentes, ou seja, existem melhoras mensais, mas a taxa de crescimento é menor, comparada ao mês anterior. Por isso, a percepção em relação às próprias empresas atingiu 99,8 pontos, retornando a um nível abaixo de 100 pontos, algo que não ocorria desde junho de 2023", disse ele.

Segundo levantamento da CNC, a intenção de investir na contratação de funcionários vem apresentando quedas consecutivas desde setembro, e teve uma retração mensal de 1,1% em novembro. Mas, diante da necessidade de atender à demanda sazonal de fim de ano, a maioria dos comerciantes (69%) pretende aumentar o quadro de funcionários.

A confiança do empresário do comércio piorou nos três grupos de lojas do varejo: produtos de primeira necessidade (-5,1%); produtos duráveis (-2,5%); e produtos semiduráveis (-1,9%).

Na comparação anual, o grupo de produtos duráveis registrou a redução mais intensa (-18,8%), já que é o mais afetado pelas condições de crédito, que segue seleto e caro.

 

IMAGEM: Freepik

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