Comerciante mostra otimismo com abrandamento da crise da covid-19
Indicador de confiança da CNC superou os 100 pontos após seis meses no campo do pessimismo

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), cresceu 10,5% em outubro e alcançou 103,1 pontos, voltando ao patamar de otimismo (acima de 100 pontos) após seis meses.
No comparativo anual, houve queda de 15,1%. A quarta alta mensal consecutiva ajudou o indicador a recuperar um total de 36,5 pontos desde junho, quando chegou a registrar a pior pontuação da série.
Os principais subíndices do Icec registraram crescimento, com destaque para aquele referente à satisfação dos comerciantes com as condições atuais (+27,9%), que chegou a 71,9 pontos.
O indicador, contudo, ainda está 25,4% atrás do nível verificado em outubro de 2019.
Especificamente em relação à economia, os empresários do comércio se mostraram 37,7% mais satisfeitos do que em setembro. Izis. Esse subíndice registra 57 pontos, após queda de mais de 90 pontos desde o início da pandemia (entre março e julho).
O indicador que avalia as expectativas para o curto prazo – o único acima dos 100 pontos – avançou pela quarta vez seguida desde o início da pandemia, com alta de 4,9%, alcançando 147,7 pontos e indicando que os comerciantes estão otimistas em relação à economia (+6,3%), ao desempenho do comércio (+4,7%) e da própria empresa (+3,8%).
INVESTIMENTOS
O índice que mede as intenções de investimento acumulou o terceiro aumento mensal consecutivo (+8,2%). O resultado positivo do item, que chegou a 89,7 pontos, foi puxado pelo aumento da intenção de contratação de funcionários, que retornou à zona positiva (acima de 100 pontos), subindo a 117,1 pontos após crescimento mensal de 14,2%.
Izis Ferreira, economista da CNC, chama a atenção para o fato de que este é o maior nível do item em cinco meses. “A proporção de empresários do varejo que afirmaram ter pretensão de aumentar o quadro de funcionários cresceu novamente este mês, passando de 50,6%, em setembro, para 65%, em outubro”, indica Izis.
De acordo com a economista da CNC, todos os componentes da pesquisa parecem seguir a chamada retomada em V ou U, com exceção do indicador dos estoques. O item foi o único a registrar queda mensal (-1%) em outubro.
“Isso pode indicar que o comerciante enfrenta algumas dificuldades conjunturais para a renovação dos estoques, seja por pressão de custos, com preços em geral e câmbio, ou por algum desequilíbrio de oferta e demanda em função de mudanças temporárias do comportamento dos consumidores”, conclui Izis.
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