Cidade de SP deve ter 70 mil vagas temporárias abertas neste fim de ano

As vendas do comércio varejista acumulam alta de 4,8% no ano até setembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, o crescimento é de 3,9%, voltando a operar no patamar recorde que tinha alcançado em maio. O bom desempenho do setor, resultado do aquecimento do consumo, deve refletir em uma maior contratação de funcionários temporários neste final de ano, época de alta na demanda.

De acordo com o Sindicato dos Comerciários de São Paulo (SECSP), entre setembro e dezembro devem ser oferecidas cerca de 70 mil vagas temporárias apenas na cidade de São Paulo, um crescimento de 20 mil vagas na comparação com igual período de 2023.

Segundo Ricardo Patah, presidente do SECSP, por causa do mercado de trabalho aquecido, os lojistas encontraram dificuldades para preencher as vagas ao longo do ano, e muitos estão com os quadros reduzidos, o que explica a expectativa de aumento nas contratações de final de ano.  

Considerando o índice histórico, Patah destaca que as efetivações de funcionários temporários ficam em torno de 10% a 15%, mas devido às dificuldades que os lojistas vêm enfrentando para atrair mão de obra, esse percentual pode ser um pouco atípico em 2024.

Reforçar a equipe no final do ano é fundamental porque as vendas do varejo neste período costumam ser duas a três vezes superiores à média do ano. “Geralmente, lojas de vestuário já começam a contratar em setembro, por terem que capacitar o funcionário. Já os supermercados costumam contratar mais perto de dezembro”, diz o presidente do SECSP.

Para aqueles comércios que estão com dificuldades de atrair mão de obra, Patah sugere comissões exclusivas para esta época, deixando assim essas vagas mais atrativas para os funcionários.

Entre os modelos de contratação temporária mais comuns nesta época do ano estão CLT por tempo indeterminado e com chance de efetivação, CLT por tempo determinado, ou informal. Este último, segundo Patah, é o que mais chama atenção, principalmente de jovens que querem trabalhar temporariamente para poder viajar em janeiro.

Para 2025, Patah acredita que o cenário continuará positivo para o mercado de trabalho.

BRASIL

Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) estima que 110 mil vagas temporárias sejam abertas no comércio e em serviço neste final de ano, representando um crescimento de 16 mil vagas na comparação com 2023. 

O levantamento mostra que 54% dos comerciantes entrevistados pretendem contratar temporariamente, com tempo médio de contratação de 2,3 meses. A expectativa é que 26% dos temporários sejam efetivados. Além disso, 51% das empresas devem oferecer algum benefício aos funcionários, sendo 57% vale-alimentação/refeição e 22% comissão de vendas/participação dos lucros.

Entre os formatos de trabalho, 93% são vagas presenciais.

A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) informa que 63% dos shoppings do país preveem a abertura de vagas temporárias, com expectativa de gerar 125 mil postos de trabalho neste último trimestre.

A Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem) estima que neste final de ano sejam criadas 450 mil vagas temporárias no país, sendo 45% na indústria, 35% nos serviços e 15% no comércio. Segundo Alexandre Leite, presidente da Asserttem, houve uma pequena retração na comparação com 2023, quando foram disponibilizadas 452 mil vagas. 

No setor de logística, o Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), estima que podem ser abertas mais de 100 mil vagas temporárias, com destaque para motoristas, ajudantes de cargas e funções administrativas.

IMAGEM: Marcos Peron/DC