Centro busca candidatura única para fazer frente a Bolsonaro e Lula

Luiz Felipe d’Avila (foto), cientista político e fundador do Centro de Liderança Pública, vê quatro nomes fortes para esse desafio: Moro, Mandetta, Eduardo Leite e Luciano Huck

Renato Carbonari Ibelli
15/Mar/2021
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Centro busca candidatura única para fazer frente a Bolsonaro e Lula

O cientista político Luiz Felipe d’Avila defende a união dos partidos de centro em torno de uma candidatura única para quebrar a tendência de polarização Lula-Bolsonaro nas eleições de 2022.

Ele vê quatro nomes capazes de unir o centro na direção de uma terceira via: o ex-juiz Sérgio Moro, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) e o apresentador Luciano Huck.

“Temos que combinar os atributos de todos eles em torno de uma candidatura única”, disse d’Avila durante palestra no Conselho Político e Social (Cops) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), nesta segunda-feira, 15/03.

O cientista político disse que é preciso testar os nomes o mais rápido possível, no máximo até o início do segundo semestre deste ano. Assim haveria tempo para trabalhar as propostas e tornar o candidato conhecido. “Se não formos rápidos, Lula e Ciro Gomes irão pegar uma fatia do eleitorado de centro.”

A primeira pesquisa XP/Ipespe de intenções de voto feita desde a decisão do Supremo Tribunal Federal que devolveu a elegibilidade ao ex-presidente Lula mostra o presidente Jair Bolsonaro com 27%, enquanto o petista tem 25%.

Entre as apostas de d’Avila, os melhores posicionados são Moro, com 10% das intenções de voto, e Huck, com 6%.

Para impulsionar a candidatura de centro, o cientista político acredita que o nome escolhido terá de passar à população a imagem de honestidade, de gestor competente e ser sensível às questões sociais.

“Quando liderei a campanha de Geraldo Alckmin em 2018 faltou apresentar uma alternativa à narrativa populista”, disse o cientista político. “Temos uma visão muito tecnocrata.”

Entre as propostas dessa candidatura única de centro, mais alinhada aos anseios da população, estariam a melhoria dos serviços públicos, fim dos privilégios e melhoria da renda. “A narrativa tem de ser baseada nestes pilares”, afirmou d’Avila.

Segundo ele, o momento é positivo para a construção de uma alternativa a Bolsonaro e Lula. “Pela primeira vez percebemos a indignação da sociedade civil contra o populismo”, disse.

Para ele, o Brasil não suportaria mais quatro anos de populismo. “Isso vai esgarçar o funcionamento das instituições políticas. É preciso salvar o país de um segundo turno entre Bolsonaro e Lula.”

Na sua avaliação, o Brasil vive o mais longevo ciclo de governos populistas desde o governo militar. “A pandemia trouxe a incompetência do populismo, e as pessoas estão desiludidas, desesperadas. O problema disso é a perda de confiança na democracia.”

Alfredo Cotait Neto, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais de São Paulo (Facesp) disse que as entidades estão abertas para debater as propostas de d’Avila a respeito de uma candidatura única de centro, e lembrou que a reforma tributária precisa estar entre as pautas prioritárias dessa coalizão.

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