Cai parcela da população com mais de 50% da renda afetada por dívidas

Pesquisa da Boa Vista mostra que entre o primeiro e o segundo semestre de 2021 essa parcela recuou de 50% para 45% dos brasileiros

Redação DC
28/Mar/2022
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Cai parcela da população com mais de 50% da renda afetada por dívidas

No segundo semestre de 2021, 45% dos consumidores brasileiros tiveram mais de 50% de sua renda comprometida com o pagamento de dívidas, de acordo com a Pesquisa Perfil do Consumidor da empresa de inteligência analítica Boa Vista. No semestre anterior, eram 50% os consumidores na mesma situação.

A pesquisa também constatou uma diminuição entre os consumidores com dificuldades em manter as contas em dia nessa mesma base de comparação. No segundo semestre do ano passado, 52% dos entrevistados afirmaram que pagar as contas em dia estava difícil, contra 57% no semestre anterior.

“A queda do desemprego certamente contribuiu para uma diminuição do comprometimento da renda e, consecutivamente, para que houvesse menos dificuldade no pagamento das contas na segunda metade de 2021. Porém, os números do mercado de trabalho ainda estão longe do ideal; a taxa de desemprego diminuiu, mas a renda real está em queda”, comenta Flavio Calife, economista da Boa Vista.

O nível de endividamento do consumidor, por sua vez, não apresentou grandes mudanças, com 85% dos entrevistados se considerando endividados no segundo semestre de 2021, contra 84% no segundo semestre de 2020.

“Esses dados parecidos com os do semestre anterior mostram que o consumidor evitou se endividar mais a partir do meio de 2021, muito por conta dos fatores que dificultam a vida financeira das famílias, como queda da renda, desemprego e inflação elevada”, comenta Flavio.

SITUAÇÃO FINANCEIRA

A Boa Vista também questionou o consumidor sobre como enxerga a situação financeira em relação ao último ano. No segundo semestre do ano passado, 43% consideraram a situação melhor. No semestre anterior, eram 35% os que tinham a percepção de melhora.

Outros 28% consideraram a situação pior (contra 35% no semestre anterior) e 29% enxergavam a situação igual (contra 30%).

Já em relação às expectativas para 2022, a pesquisa atual revelou que 89% dos consumidores disseram esperar melhora com relação às finanças pessoais. No semestre anterior, estes eram 88%. Outros 8% opinaram esperar por uma situação igual, e 3% por uma piora.

DESPESAS MAIS COMUNS

Um novo dado da pesquisa apontou que as cinco principais despesas mais comuns entre os consumidores são, nessa ordem: cartão de crédito, contas de serviços básicos como água e luz, contas de TV a cabo, internet e telefone fixo, contas de telefone celular e cartão de loja.

Cada consumidor possui, em média, o mínimo de quatro despesas fixas entre seus compromissos financeiros no mês.

Sete em cada dez (72%) consumidores apontaram, na comparação com o ano de 2020, que o poder de compra diminuiu. E entre as despesas que mais pesaram no bolso foram: alimentação (mercado), combustível, gás, luz e água, nessa ordem.

O QUE DEIXARIAM DE PAGAR PRIMEIRO?

Quando questionados sobre quais contas deixariam de pagar primeiro em caso de diminuição na renda, 50% dos consumidores disseram que priorizariam os financiamentos assumidos por meio de carnês e boletos.

Em segundo lugar, os compromissos assumidos por meio do cartão de crédito, com 40%.

Por fim, 10% deixariam de pagar empréstimos e dívidas de cheque especial.

CONTRATAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS

A pesquisa mostra que 49% dos consumidores disseram que ao contratar um empréstimo para quitar uma dívida, levariam em conta principalmente o valor das parcelas.

Já 46% dariam mais peso às taxas de juros, enquanto 5% se preocupariam mais com o prazo de pagamento.

METODOLOGIA

Cerca de 1.700 pessoas, em todo o Brasil, responderam à pesquisa Perfil do Consumidor, da Boa Vista, por meio de questionário eletrônico, ao longo do segundo semestre de 2021. Os resultados consideram 2% de margem de erro e 95% de grau de confiança.

 

IMAGEM: Thinkstock

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