Bradesco e Santander ampliam oferta de crédito ao consumidor
Carteira do Bradesco soma R$ 943,9 bilhões no terceiro trimestre, alta de 7,6% sobre o mesmo período do ano passado. No Santander, oferta de crédito chega a R$ 663,5 bilhões no período, alta de 6,1%
Na manhã de quinta-feira (31), o Bradesco divulgou seus resultados do terceiro trimestre de 2024. O lucro líquido foi de R$ 5,2 bilhões, alta de 10,8% sobre o segundo trimestre e de 13,1% na comparação anual. O ROAE, que mede a rentabilidade, foi de 12,4%. Cresceu 1 ponto em relação ao segundo trimestre, mas ainda está distante dos principais concorrentes – Santander (17,0%), Itaú (22,4%) e BTG (22,8%).
Outra boa notícia é que a oferta de crédito tem crescido. E isso é combustível para o varejo. A carteira somou R$ 943,9 bilhões, crescimento de 3,5% sobre o segundo trimestre e de 7,6% sobre o terceiro trimestre de 2023. No recorte Pessoas Físicas, que responde por R$ 396,8 bilhões (42% do total de crédito), a variação foi porcentualmente ainda mais forte: +3,9% na comparação trimestral e +10,0% na anual. A inadimplência de 15 a 90 dias está em 3,4% e acima de 90, em 4,2%.
O aumento da oferta de crédito também foi verificado no Santander, que fez a divulgação de seus resultados na terça-feira (29). A carteira ampliada chegou a R$ 663,5 bilhões, leve retração de 0,3 em relação ao período abril-junho deste ano, mas 6,1% acima de julho-setembro de 2023. Para Pessoa Física, a oferta foi de R$ 250,9 bilhões – alta de 0,8% contra o segundo trimestre e de 7,8% em relação ao ano passado. O lucro do banco espanhol também teve forte elevação. Chegou a R$ 3,7 bilhões: +10% na comparação trimestre a trimestre e de +34% sobre 2023. A inadimplência de 15 a 90 dias está em 3,6% e acima de 90, em 3,2%.
A temporada de divulgação de resultados dos principais bancos privados prossegue na segunda-feira (4), com Itaú, e se encerra na terça-feira (12), com BTG. No segundo trimestre, a carteira de crédito do Itaú somava R$ 1 trilhão, e a do BTG outros R$ 195 bilhões. Conjugadas às de Bradesco e Santander, o volume financiado nas mais diversas linhas pelas quatro instituições bate nos R$ 3 trilhões. A expansão segue, de toda forma, mirando a qualidade. Para que a inadimplência não contamine os resultados.
No Bradesco — que faz de 2024 um ano de transição, desde que Marcelo Noronha assumiu o comando, em novembro do ano passado – o tema causou estragos entre 2022 e 2023, mas o pior parece ter passado. “A Carteira de Crédito Expandida apresentou crescimento em todos os segmentos e praticamente todas as modalidades de crédito”, afirmou o banco em seu relatório de resultados. “E o crescimento reflete os ajustes efetuados na originação que demonstram melhor qualidade de crédito.”
IMAGEM: Freepik