Bolsonaro quer infraestrutura com investimento privado
Proposta em elaboração dá ênfase à expansão de ferrovias e prevê estímulo à cabotagem (transporte marítimo na costa de um mesmo país)
O BNDES poderá entrar com financiamento para a fase de construção, segundo Paulo Coutinho, economista que supervisiona propostas para infraestrutura do PSL.
Professor da UnB, Coutinho responde ao general Oswaldo Ferreira, homem de confiança de Bolsonaro que assumiu a coordenação-geral em Brasília do plano de governo.
Segundo o economista, a proposta em elaboração dá ênfase à expansão de ferrovias e prevê estímulo à cabotagem (transporte marítimo na costa de um mesmo país), cujo potencial hoje está subestimado, na avaliação do grupo.
Os recursos chineses serão bem-vindos, disse Coutinho. A depender do projeto, se a China quiser, a autorização "pode vir no dia seguinte", disse. "Bolsonaro é contrário aos chineses comprarem terras. Não há resistência para ferrovias".
Os auxiliares de Bolsonaro entendem que o BNDES deve ter papel no pacote de concessões, mas preveem atuação limitada do banco estatal na oferta de crédito, que não incluiria subsídios nas taxas de juros.
"Não queremos colocar mais dinheiro no BNDES, já tem muito lá", disse. Segundo Coutinho, o País é muito atrativo e os investidores virão. "O que falta é segurança jurídica e projeto"
A equipe de Bolsonaro fia-se no interesse de investidores, especialmente estrangeiros, para o sucesso do plano.
RESISTÊNCIA
Diante das resistências de Bolsonaro quanto à privatização da Eletrobrás e da Petrobrás, a proposta por ora é fatiar as estatais, mantendo com o governo suas áreas de geração de energia e de exploração de petróleo.
Coutinho afirmou que, mesmo nas áreas preservadas sob mando estatal, há propostas em andamento. Se depender do grupo, Petrobrás e Transpetro não irão privilegiar estaleiros nacionais, pois eles "cobram caro". Esses estaleiros devem virar unidades de reparo.