Bolsonaro demite o 3º presidente da Petrobras
José Mauro Coelho estava há pouco mais de 40 dias no cargo. Para o seu lugar foi indicado Caio Paes de Andrade (foto), secretário de desburocratização do Ministério da Economia
O presidente Jair Bolsonaro demitiu o terceiro presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, com pouco mais de 40 dias no cargo. Para o seu lugar foi indicado Caio Paes de Andrade, secretário especial de desburocratização do Ministério da Economia.
A troca de comando do Ministério de Minas e Energia, com a escolha de Adolfo Sachsida para substituir Bento Albuquerque, levou a mudanças na diretoria estatal. Bento foi demitido após a Petrobras ter aumentado o preço do diesel dias depois de o presidente pedir ao ex-ministro e a Coelho que não aumentassem o preço durante uma transmissão nas redes sociais.
Ao escolher Sachsida, ex-secretário do ministro da Economia, Paulo Guedes, Bolsonaro cobrou mudanças na postura da empresa. O presidente não se conforma que a petroleira tenha um lucro bilionário e não possa dar uma "trégua" nos reajustes durante a guerra da Rússia com a Ucrânia, período de alta volatilidade dos preços internacionais.
Bolsonaro quer que as movimentações sejam feitas em espaço de tempo maior. Coelho é o terceiro presidente da Petrobras a ser demitido no governo Bolsonaro e foi escolha de Bento depois que dois nomes foram descartados - Adriano Pires e Rodolfo Landim - por conflitos de interesse com a indústria de óleo e gás.
Foi Bento que fez a negociação e bancou o nome de Coelho depois de barrar a indicação de Caio Paes de Andrade. Com o preço alto dos combustíveis e de energia elétrica ameaçando sua reeleição, Bolsonaro vem demonstrando insatisfação em relação à gestão de Coelho à frente da Petrobras.
Neste mês, disse que que a petroleira está "gordíssima, obesa", em referência ao lucro da estatal de R$ 44,56 bilhões no primeiro trimestre do ano. "Petrobras, você é Brasil! Ou quem está aí dentro não pensa no seu país? O povo está sofrendo bastante com o preço do combustível", disse Bolsonaro a jornalistas após discursar em uma feira agropecuária em Maringá (PR).
A União é o maior acionista da empresa, ou seja, recebe a maior parte dos dividendos da estatal, que vão direto para o caixa do governo. A governança da estatal tem sido uma barreira a impedir uma mudança na política de reajustes de paridade internacional.
IMAGEM: Serpro/divulgação