Comunicado do Copom indica que a Selic terá dois dígitos, chegando a 10,75% ao ano já na próxima reunião do Comitê, marcada para fevereiro
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou na quarta-feira, 8/12, novamente a Selic em 1,50 ponto porcentual, de 7,75% para 9,25% ao ano, patamar mais alto da taxa básica de juros desde setembro de 2017.
O Copom também indicou que haverá nova alta, de mesma intensidade, na próxima reunião do Comitê, programada para fevereiro. Assim, a taxa chegaria a dois dígitos, batendo 10,75% no ano.
Segundo Nicola Tingas, economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), o comunicado do Copom mostra que o “Banco Central vai manter a postura significativamente contracionista.”
Essa postura frustra as expectativas de parte do mercado, que esperava altas menores para a Selic nos próximos meses.
O economista-chefe da Acrefi diz que o BC faz a leitura de que há assimetria elevada no balanço de riscos por conta da parte fiscal. “O prêmio de risco fiscal pode subir em 2022 em função da incerteza e da trajetória fiscal atual”, diz Tingas.
Ou seja, é provável que a inflação de 2022 seja maior que a projetada. “O Banco Central sinaliza perseguir a curva de inflação ao longo do tempo, e não mais a meta”, deduz o economista.
LONGE DA META
No mercado financeiro, a maioria das instituições já espera o rompimento da meta de inflação neste ano e também em 2022.
Para o economista-chefe da Garde Asset, Daniel Weeks, o BC mantém o ímpeto de baixar a inflação, mas olha mais para frente. "Achei que foi um jeito muito inteligente de assumir que o ano 2022 está perdido."
Já a economista-chefe do Santander Brasil, Ana Paula Vescovi, afirmou que o BC deixou claro no seu comunicado que não trará a inflação para a meta em 2022. "Nosso cenário é de Selic a 12,25%, impactando a atividade."
*com informações do Estadão Conteúdo
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