Baked Potato fecha 15 lojas e abre franquias para retomar expansão

Rede de fast food que vende 250 mil pratos de batata por mês vai diversificar o cardápio e investir em mídias sociais, anuncia o diretor Álvaro Carramaschi (foto)

Fátima Fernandes
26/Jun/2017
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Baked Potato fecha 15 lojas e abre franquias para retomar expansão

Um modelo muito disseminado no país entre empresas que buscam a expansão de uma loja de roupas, restaurante ou empresa de serviços é o de franquia.

Chega um determinado momento em que a companhia precisa crescer para reduzir o custo da operação, e franqueados entram como parceiros no negócio.

Com pouco mais de 30 anos no mercado, é a vez da rede Baked Potato abrir a empresa para empreendedores e retomar o crescimento da marca.

Fundada em 1984 pelas amigas e sócias Magali Teixeira, Maria Cristina Barreto, Beatriz Miranda de Carvalho e Elizangela Capello, a rede Baked Potato chegou a operar 65 lojas próprias até 2014.

AS QUATRO SÓCIAS DA REDE EM FOTO DE 1984

Em meio à crise, a empresa olhou com lupa o desempenho de cada uma e decidiu fechar delas.

Havia dez pontos de vendas em Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG) e cinco, no interior de São Paulo - Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Jundiaí.

A rede está se preparando para dar uma virada partir do segundo semestre, com o modelo de franquia pronto para entregar alguns dos seus pontos para os novos parceiros e voltar a crescer.

A estreia no franchising virá acompanhada de mudanças no cardápio, com lançamento de novos pratos e molhos, além de campanhas em mídias sociais. 

LEIA MAIS: Franquias crescem com um pé no interior e outro no exterior 

“A crise trouxe lições para a empresa, como a busca de eficiência em cada uma das lojas e na operação”, afirma Álvaro Carramaschi, diretor da rede, genro de Magali e na empresa desde 2012.

O custo total de ocupação de uma loja, com aluguel, condomínio, fundo de promoção, gás e energia elétrica, segundo afirma, deve ficar entre 13% e 15% do faturamento. Somada aos funcionários, atingirá entre 18% e 21%. "Se for mais elevado, pode não valer a pena mantê-la", diz Carramaschi.

Com 560 funcionários e vendas de 250 mil pratos de batata por mês, a rede Baked Potato está concentrada na cidade de São Paulo, com 44 lojas, todas em shopping centers.

LOJA DA MARCA NO SHOPPING CIDADE JARDIM

Quando surgiu, há 33 anos, inspirada nas batatas vendidas em restaurantes ingleses, a rede de fast food atendia os clientes em quiosques espalhados pelos shoppings.

Hoje, nas praças de alimentação, concorre mais com redes do tipo Vivenda do Camarão e Spoleto, do que com McDonald´s, Burger King e Giraffas.

O preço médio de uma batata com dois recheios é de cerca de R$ 24. Carramaschi diz que a clientela abrange todas as classes sociais. Tanto é assim, que as lojas que mais vendem estão nos shoppings Itaquera, Aricanduva e Iguatemi.

A rede não fez grandes mudanças ao longo de suas três décadas. Oferece 19 tipos de molhos com 260 combinações.

Em 2009, lançou o Baked Nhoque, com quatro tipos de molho (bolonhesa, ao sugo, quatro queijos e calabresa). Em 2012, os recheios das batatas viraram prato, acompanhados de arroz e, em 2013, lançou o pão de batata integral.

Para José Carmo Vieira Oliveira, especialista em franchising, a Baked Potato demorou, mas tomou a decisão acertada de ingressar no franchising.

“É muito difícil administrar funcionários à distância", afirma Oliveira. "Quem não tem franquia, corre o risco de não administrar direito. Com franquia não há funcionário, há investidor, parceiro;”

O caso da Baked Potato é raro, por não ter recorrido ao modelo de franquia em mais de 30 anos.

Na avaliação de Oliveira, muitas vezes, as empresas não consideram a franquia para crescer porque têm medo de perder as rédeas do negócio.

Além disso, não estão dispostas a arcar com os custos de um projeto de franchising, que não sai por menos de R$ 150 mil.

Antes de abrir uma franquia, a dona da marca precisa fornecer uma série de informações, que constam na circular de oferta de franquia, ao franqueado sobre o negócio.

Se um empreendedor de Ourinhos, no interior paulista, por exemplo, tiver interesse em abrir uma loja da Baked Potato, terá se ser informado sobre o número de lojas existentes na cidade e na região, quais os melhores pontos, projeção de valores gastos para montar a loja e de faturamento médio, tempo de retorno do investimento, royalties cobrados sobre a venda.

A recomendação de Oliveira para quem vai comprar ou vender uma franquia é que as partes busquem advogados especializados para fazer uma análise jurídica sobre o negócio para que as duas partes fiquem seguras.

LEIA MAIS: Dívidas e conflito levam grupo Boticário e franquia à Justiça

Para quem tem capital para expandir o negócio com lojas próprias, como foi o caso da Baked Potato, a grande vantagem é o ganho de escala, maior margem de lucro e controle da operação.

É o que afirma Marcos Hirai, sócio diretor da GS&BGH, consultoria especializada em expansão de redes de varejo.

No caso de franquia, de acordo com Hirai, a vantagem é a possibilidade de que a expansão seja acelerada graças ao capital de terceiros.

Além disso, a franquia tem literalmente “um dono atrás de cada balcão.”

Carramaschi conta a decisão de expandir a Baked Potato por meio de franquias veio da constatação de que há vontade dos sócios e espaço para crescer.

As lojas são pequenas, de 28 metros quadrados, em média, o que deve tornar o negócio interessante para o franqueado na relação custo de ocupação e faturamento.

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FOTOS: Fátima Fernandes/ Diário do Comércio

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