Baked Potato fecha 15 lojas e abre franquias para retomar expansão
Rede de fast food que vende 250 mil pratos de batata por mês vai diversificar o cardápio e investir em mídias sociais, anuncia o diretor Álvaro Carramaschi (foto)
Um modelo muito disseminado no país entre empresas que buscam a expansão de uma loja de roupas, restaurante ou empresa de serviços é o de franquia.
Chega um determinado momento em que a companhia precisa crescer para reduzir o custo da operação, e franqueados entram como parceiros no negócio.
Com pouco mais de 30 anos no mercado, é a vez da rede Baked Potato abrir a empresa para empreendedores e retomar o crescimento da marca.
Fundada em 1984 pelas amigas e sócias Magali Teixeira, Maria Cristina Barreto, Beatriz Miranda de Carvalho e Elizangela Capello, a rede Baked Potato chegou a operar 65 lojas próprias até 2014.
Em meio à crise, a empresa olhou com lupa o desempenho de cada uma e decidiu fechar delas.
Havia dez pontos de vendas em Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG) e cinco, no interior de São Paulo - Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Jundiaí.
A rede está se preparando para dar uma virada partir do segundo semestre, com o modelo de franquia pronto para entregar alguns dos seus pontos para os novos parceiros e voltar a crescer.
A estreia no franchising virá acompanhada de mudanças no cardápio, com lançamento de novos pratos e molhos, além de campanhas em mídias sociais.
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“A crise trouxe lições para a empresa, como a busca de eficiência em cada uma das lojas e na operação”, afirma Álvaro Carramaschi, diretor da rede, genro de Magali e na empresa desde 2012.
O custo total de ocupação de uma loja, com aluguel, condomínio, fundo de promoção, gás e energia elétrica, segundo afirma, deve ficar entre 13% e 15% do faturamento. Somada aos funcionários, atingirá entre 18% e 21%. "Se for mais elevado, pode não valer a pena mantê-la", diz Carramaschi.
Com 560 funcionários e vendas de 250 mil pratos de batata por mês, a rede Baked Potato está concentrada na cidade de São Paulo, com 44 lojas, todas em shopping centers.
Quando surgiu, há 33 anos, inspirada nas batatas vendidas em restaurantes ingleses, a rede de fast food atendia os clientes em quiosques espalhados pelos shoppings.
Hoje, nas praças de alimentação, concorre mais com redes do tipo Vivenda do Camarão e Spoleto, do que com McDonald´s, Burger King e Giraffas.
O preço médio de uma batata com dois recheios é de cerca de R$ 24. Carramaschi diz que a clientela abrange todas as classes sociais. Tanto é assim, que as lojas que mais vendem estão nos shoppings Itaquera, Aricanduva e Iguatemi.
A rede não fez grandes mudanças ao longo de suas três décadas. Oferece 19 tipos de molhos com 260 combinações.
Em 2009, lançou o Baked Nhoque, com quatro tipos de molho (bolonhesa, ao sugo, quatro queijos e calabresa). Em 2012, os recheios das batatas viraram prato, acompanhados de arroz e, em 2013, lançou o pão de batata integral.
Para José Carmo Vieira Oliveira, especialista em franchising, a Baked Potato demorou, mas tomou a decisão acertada de ingressar no franchising.
“É muito difícil administrar funcionários à distância", afirma Oliveira. "Quem não tem franquia, corre o risco de não administrar direito. Com franquia não há funcionário, há investidor, parceiro;”
O caso da Baked Potato é raro, por não ter recorrido ao modelo de franquia em mais de 30 anos.
Na avaliação de Oliveira, muitas vezes, as empresas não consideram a franquia para crescer porque têm medo de perder as rédeas do negócio.
Além disso, não estão dispostas a arcar com os custos de um projeto de franchising, que não sai por menos de R$ 150 mil.
Antes de abrir uma franquia, a dona da marca precisa fornecer uma série de informações, que constam na circular de oferta de franquia, ao franqueado sobre o negócio.
Se um empreendedor de Ourinhos, no interior paulista, por exemplo, tiver interesse em abrir uma loja da Baked Potato, terá se ser informado sobre o número de lojas existentes na cidade e na região, quais os melhores pontos, projeção de valores gastos para montar a loja e de faturamento médio, tempo de retorno do investimento, royalties cobrados sobre a venda.
A recomendação de Oliveira para quem vai comprar ou vender uma franquia é que as partes busquem advogados especializados para fazer uma análise jurídica sobre o negócio para que as duas partes fiquem seguras.
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Para quem tem capital para expandir o negócio com lojas próprias, como foi o caso da Baked Potato, a grande vantagem é o ganho de escala, maior margem de lucro e controle da operação.
É o que afirma Marcos Hirai, sócio diretor da GS&BGH, consultoria especializada em expansão de redes de varejo.
No caso de franquia, de acordo com Hirai, a vantagem é a possibilidade de que a expansão seja acelerada graças ao capital de terceiros.
Além disso, a franquia tem literalmente “um dono atrás de cada balcão.”
Carramaschi conta a decisão de expandir a Baked Potato por meio de franquias veio da constatação de que há vontade dos sócios e espaço para crescer.
As lojas são pequenas, de 28 metros quadrados, em média, o que deve tornar o negócio interessante para o franqueado na relação custo de ocupação e faturamento.
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FOTOS: Fátima Fernandes/ Diário do Comércio