As tendências globais para o varejo
Pesquisa da Deloitte apresentada na NRF Big Show, o maior evento internacional de varejo, revela um consumidor em transformação e um cenário desafiador em um mundo menos globalizado
A consultoria Deloitte apresentou no evento da NRF a 20ª edição do relatório Potências do Varejo Global, composto por um ranking das maiores empresas do mundo do setor e as perspectivas para o ano que começa.
Confira alguns dos principais destaques do estudo.
1- Um consumidor em transformação
Os consumidores se definem menos pela quantidade de objetos e mais pela qualidade e pela “curadoria” de suas vidas, tanto no consumo e como em suas experiências.
Nos últimos dois anos, a compra de “experiências” vem crescendo três vezes mais rápido que a compra de bens.
Isso significa, por exemplo, um desafio para empresas de “fast fashion”.
A sueca H&M, por exemplo, vai lançar linhas de preço mais alto, com grande atenção para o impacto social e ambiental das peças.
2- O impacto das redes sociais
Especialmente entre os mais jovens, as decisões de compra também passam pelo valor que elas agregam à “personalidade online” dos consumidores.
Assim como celebridades, muitos millennials têm grande número de seguidores e cuidam atentamente da imagem que projetam em serviços como Instagram, Twitter e Snapchat.
“Os consumidores querem experiências autênticas e compartilháveis para compor suas marcas pessoais”, diz o estudo da Deloitte.
3- O varejo sob demanda
A ideia não é exatamente nova, e sob demanda pode significar muitas coisas diferentes.
A Deloitte menciona o impacto da Amazon no mercado europeu: a empresa lançou um serviço de entrega de compras de supermercado em uma hora em diversas cidade do continente.
“O Carrefour respondeu na França, e deve ser acompanhado por outras empresas europeias”, afirma a Deloitte. E velocidade não é tudo. Os consumidores esperam serviço rápido, mas também de alta qualidade.
4- Um cenário econômico desafiador
Uma das principais tendências apontadas pela Deloitte é o movimento antiglobalização, cujos símbolos maiores são a vitória do Brexit no plebiscito britânico e de Donald Trump na eleição presidencial americana.
“Restrições ao comércio internacional tendem a desacelerar o crescimento econômico, um importante motor do sucesso do varejo.”
A baixa inflação registrada nas grandes economias também será um desafio para o varejo, pois significa competição intensa em preço e necessidade redobrada de diferenciar-se em relação aos concorrentes.
Em relação à América Latina, a consultoria aponta que as empresas da região tiveram um bom desempenho em geral no ano passado.
O crescimento de 11,3% foi o segundo mais alto registrado globalmente, depois de África/Oriente Médio.
5- O ranking
Pela primeira vez, a Amazon figura entre as dez maiores varejistas do mundo no ranking da Deloitte.
Entre as empresas brasileiras, a única a figurar entre as 250 maiores do mundo é a Lojas Americanas, na 170ª posição.
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Arte: Guto Camargo