As núvens negras

Todos os indicadores históricos demonstram a degradação da economia entre o início do primeiro e do segundo governo Dilma

Paulo Saab
14/Jan/2015
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A revista Dealer, edição 52, publicou uma tabela elaborada e projetada pela MB Associados, tendo como fontes o IBGE, Bacen, FMI, na qual são comparados alguns indicadores quando a presidente Dilma iniciou o primeiro mandato em 2010, e como esses mesmos indicadores se encontravam no final de seu governo em 2014.

É preciso apenas ressaltar, mesmo que possam ter sido divulgados em outros meios, a profunda diferença que levou o país, na palavra quase comum de economistas, jornalistas, de peso, a sentir nesse início de novo mandato, um ar de cansaço, de fim de governo.

E nem estou falando da qualidade do Ministério, com algumas honrosas exceções, de nível politiqueiro baixo.

Exemplos. Em 2010, em percentuais, o PIB era de 5,4 no mundo e 3,3 em 2014. No Brasil, em 2010 era de 7,5 e em 2014, 0,1.

A produção industrial brasileira em 2010 era 10,2. Em 2014, -1,2. Sim, menos.

O IPCA (da inflação) era 5,9 em 2010. Em 2014, 6,5.

A Balança Comercial brasileira em bilhões de dólares, em 2010 era de 20,1 positivos. Em 2014, -1,1. Sim, em quatro anos o Brasil perdeu mais de 20 bilhões de dólares no superávit da Balança, que virou negativo.

A dívida externa total do país em 2010 era de 53,4% do PIB. Após os quatro anos iniciais de Dilma 61,5%.

O déficit nominal do setor público em 2010 era de 2,5% do PIB. Em 2014, ao final da gestão Dilma, 4,5%.

Precisa mais?

Tem mais, mas é melhor não acabar com o bom humor do leitor em início de semana. E de ano.

Afinal, as esperanças deveria se renovar. Houve um esboço de sorriso na cara da nação por terem sido indicados para os ministérios da Fazenda e do Planejamento pessoas tidas como entendidas nas regras do jogo, ao contrário do que aconteceu até 31 de dezembro passado, cuja política econômica levou aos números acima citados.

Com bronca de cara no Ministro do Planejamento que falou sobre salário mínimo, ficou claro que a gerentona da economia, ao menos no desejo dela, deve continuar sendo a própria Dilma.

Se assim for, com o desastre político da montagem fisiológica do “novo” ministério, a briga interna de partidos e alas do PT, dentro do governo, só pode indicar que o céu escuro das chuvas de verão em São Paulo ronda o Planalto Central ao longo deste ano.

A novidade de agora é a briga, que passa menos ao largo do que parece da situação financeira e econômica, entre a ex-ministra e ainda senadora Marta Suplicy, com o ministro da Cultura que ela sucedeu e ele a sucede agora, Juca Ferreira, e com todo o PT. Afinal ela disse ter mandado para a Controladoria Geral da União provas de mau uso de mais de R$ 100 milhões na gestão anterior do acusado. Que devolveu dizendo que é despeito porque ele é mais aplaudido do que ela, nas solenidades. Pobre cultura do país.

E assim o paquiderme verde-amarelo segue seu caminhar.

Um no mínimo, desatino por dia.

Em fevereiro toma posse um “novo” Congresso Nacional.

Renasce a esperança. E morre ao se lembrar a máxima consagrada por jornalistas e políticos de respeito, de que “a próxima legislatura, sempre será pior do que a anterior”.

E o que era antes um prêmio, uma perspectiva, ou seja, morar na cidade de São Paulo, agora, é um pesadelo. Pelo que cai do céu e pelo que sai de bobagem da ação da municipalidade e da falta de liberdade política da Câmara paulistana.

Há mais nuvens negras no horizonte do que aviões de carreira.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

 

 

 

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