Ano começa promissor para as exportações
Em janeiro, as vendas externas somaram US$ 14,9 bilhões, garantindo um resultado positivo de US$ 2,7 bilhões na balança comercial, o melhor da década para o mês

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,725 bilhões em janeiro, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (01/02) pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
No primeiro mês de 2017, as exportações somaram US$ 14,911 bilhões, e as importações, US$ 12,187 bilhões.
Esse foi o melhor resultado para meses de janeiro desde 2006, quando o superávit comercial chegou a US$ 2,835 bilhões.
A média diária de exportações de janeiro foi de US$ 677,8 milhões, uma alta de 20,6% em comparação com a média de embarques por dia útil do mesmo mês do ano passado, de US$ 561,9 milhões.
Já nas importações, a média por dia no mês foi de US$ 553,9 milhões, crescimento de 7,3% em relação à média de compras de janeiro de 2016, que foi de US$ 516,1 milhões.
De acordo com o MDIC, a 4ª semana de janeiro (dias 20 a 26) teve superávit de US$ 1,046 bilhão.
No período, as exportações somaram US$ 3,802 bilhões e as importações chegaram a US$ 2,756 bilhões. Na 5ª semana do mês (dias 27 e 28), o saldo foi positivo em US$ 282 milhões, com embarques de US$ 1,336 bilhão e compras de US$ 1,054 bilhão.
PRINCIPAIS EXPORTAÇÕES
As exportações cresceram em todos os três grandes grupos de produtos vendidos ao exterior na comparação com o mesmo mês do ano passado.
As vendas de produtos básicos totalizaram US$ 6,787 bilhões, com expansão de 30% ante janeiro de 2016. Nessa comparação, cresceram as vendas de soja em grão (124,7%), minério de ferro (124,5%), petróleo em bruto (97,7%), carne suína (60,2%), carne de frango (23,4%), farelo de soja (15,7%), café em grão (7,8%) e carne bovina (5,1%).
Já os embarques de semimanufaturados cresceram 27,5% em janeiro, para US$ 2,597 bilhões, com destaque para as altas em açúcar em bruto (112,7%), semimanufaturados de ferro e aço (74,4%), madeira serrada (32,8%), ferro-ligas (26%), óleo de soja em bruto (15,8%) e celulose (10,2%).
As vendas de bens manufaturados cresceram 7,4%, chegando a US$ 5,123 bilhões.
A expansão ocorreu principalmente em óleos combustíveis (271,2%), suco de laranja não congelado (251,2%), veículos de carga (114%), açúcar refinado (66,9%), máquinas para terraplanagem (37%), automóveis de passageiros (34,5%), laminados planos (31,2%), medicamentos (21,7%), pneumáticos (17,5%), bombas e compressores (11,1%), autopeças (7,6%), calçados (6,8%) e motores para veículos e partes (2,8%).
RENTABILIDADE EM QUEDA
No ano de 2016 a rentabilidade das exportações recuou 8,2%, segundo índice calculado pela Funcex, instituição que faz estudos sobre comércio exterior.
Apesar da desvalorização do real, que favorece os exportadores, a lucratividade dos embarques foi afetada pelo aumento de 7,5% do custo de produção das empresas, combinado à queda de 6,2% nos preços dos produtos exportados.
Além da desvalorização das commodities, o fraco ritmo de crescimento do comércio internacional pressionou os preços de produtos manufaturados e a indústria aproveitou períodos em que o câmbio esteve mais favorável para ganhar competitividade em mercados externos.
Segundo a Funcex, a indústria de transformação aumentou em 1,2% o valor vendido ao exterior, mas a uma rentabilidade 7,4% menor.
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