Adultos que colecionam brinquedos respondem por 15% das vendas do setor

O segmento de colecionáveis foi um dos temas principais da Abrin, a maior feira de brinquedos da América Latina

Rebeca Ribeiro
08/Mar/2024
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Adultos que colecionam brinquedos respondem por 15% das vendas do setor

Os brinquedos não são atrativos apenas para as crianças. Hoje, os chamados de kidults, os adultos que colecionam brinquedos, representam 15% da receita global do setor. E a cada ano, a participação desse público nas vendas cresce em média 4 pontos percentuais, segundo a Associação de Lojistas de Brinquedos do Brasil (ALLB).

Os colecionáveis, como os famosos Funko, ganham cada vez mais espaço na indústria de brinquedos, tanto que foram tema da recente Feira Abrin 2024, a maior do setor de brinquedos da América Larina, que aconteceu entre os dias 3 e 6 de março.

O segmento dos colecionáveis é uma das grandes apostas do mercado, pois são produtos que atraem os adultos pela nostalgia, que em muitos casos encontram nesses brinquedos uma forma de relembrar a infância, gerando um laço afetivo com os produtos e, consequentemente, impulsionando mais vendas.

De acordo com Renan Pizzi, CEO da Iron Studios, a forma como o empreendedor dialoga com este público é fundamental para conquistar esses consumidores. Isso porque, diferentemente dos brinquedos tradicionais, os colecionáveis possuem um valor emocional para os clientes.

“Cada detalhe do produto é importante. Às vezes, se a embalagem apresenta algum amassado, o cliente fica em dúvida sobre o estado do colecionável e pode não realizar a compra”, diz Pizzi. 

O cuidado com os produtos é determinante para fidelizar os clientes, que estão sempre atentos aos detalhes, e que muitas vezes são pessoas dispostas a realizar compras em série, independentemente do valor.

Além disso, construir essa relação de confiança com os clientes também gera mídia orgânica, pois muitos desses consumidores divulgam os produtos nas redes sociais, atraindo a atenção de outras pessoas que podem até não ser colecionadores, mas gostam do produto.

Por serem brinquedos nostálgicos, muitos adultos compram colecionáveis para dar aos filhos, despertando o interesse na criança e, ao mesmo tempo, realizando uma satisfação pessoal. 

Além disso, o interesse dos consumidores se torna uma oportunidade para os empreendedores destacarem outros produtos, estratégia utilizada pela Iron Studios, que lançou o seu próprio Action Figure e se tornou um sucesso entre os consumidores, justamente por ser o lançamento de um novo produto de uma marca confiável. 

O design desses produtos também é importante para conquistar os clientes. De acordo com Pizzi, as cores chamativas atraem a atenção para os produtos.

Apostar em personagens conhecidos e marcantes também é uma das estratégias utilizadas por esses empreendedores, como é o caso das bonecas Bebê Reborn, que fizeram muito sucesso na década de 1980 e ainda são vendidas. Isso faz com que muitas pessoas comprem as bonecas apenas como produtos decorativos, que relembram a infância.

Outra dica do CEO da Iron Studios é ter um planejamento eficiente para estoque e logística. “As nossas peças com maiores custos são compradas em quantidade limitada para não gerar uma oferta maior que a demanda”, diz Pizzi.

O cuidado com o estoque também é uma preocupação de Fabiana Costa, supervisora de vendas da Epoch Magia. Segundo ela, é fundamental evitar rupturas no estoque, ou seja, ter pouco produto para atender uma grande demanda, para não perder clientes.

Para Samuel Duarte, gerente comercial da DC Toys e Geeks, o setor de brinquedos se mostra muito positivo para os próximos anos, porém, ainda é um mercado pouco explorado pelas empresas. 

“Nós crescemos 120% no último ano, com expectativa de crescer 150% neste ano e entendemos que poderíamos investir mais, isso porque não captamos nem 5% da sinergia deste mercado”, diz.

Duarte também enxerga a possibilidade de venda de colecionáveis em estabelecimentos como lojas de conveniência, papelarias e livrarias, por ser um produto que chama tanto atenção das crianças como de adultos.

 

IMAGEM: Rebeca Ribeiro/DC

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