Governo reduz previsão de inflação deste ano para 3,2%
O Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do quinto bimestre também trouxe que as despesas caíram em R$ 2,539 bilhões na comparação com o último relatório
O Ministério do Planejamento alterou novamente a projeção do governo para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2017, de 3,5% para 3,2%, de acordo com o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do quinto bimestre, divulgado nesta sexta-feira, 17/11.
A queda na inflação projetada para este ano tem sido uma das principais explicações da equipe econômica para a frustração da arrecadação de tributos desde o começo do ano. No último Boletim Focus, elaborado pelo Banco Central, a projeção de mercado apontava para um IPCA de 3,09% em 2017.
O Ministério do Planejamento manteve, no entanto, a projeção para o IGP-DI de 2017, com um recuo de 1,0%. No último Focus, os analistas financeiros estimaram uma queda de 1,20% no índice este ano.
Apesar de o mercado já apostar em uma alta no PIB de 2017 de 0,73%, a equipe econômica manteve a projeção de crescimento da economia em 0,5% este ano, conforme o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) havia adiantado mais cedo.
A projeção do Planejamento para câmbio médio em 2017 passou de R$ 3,18 para R$ 3,20, e a projeção para a Selic média em 2017 seguiu em 10,0% ao ano.
Por fim, graças ao desempenho do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) nos últimos meses, com a criação líquida de vagas formais de trabalho, a projeção de alta da massa salarial nominal passou de 4,7% para 5,1% este ano.
DESPESAS
O relatório também trouxe as despesas previstas para este ano, que caíram em R$ 2,539 bilhões na comparação com o último relatório, passando para R$ 1,301 trilhão.
A principal redução ocorreu nos gastos com o Seguro-Desemprego e o Abono Salarial, cuja conta caiu R$ 2,117 bilhões, para R$ 57,885 bilhões. Já as despesas com subsídios, subvenções e Proagro caíram R$ 1,553 bilhão, para R$ 23,093 bilhões.
O Planejamento também reviu para baixo a estimativa de gastos com controle de fluxo pelo Poder Executivo (-R$ 722 milhões) e nas chamadas demais despesas obrigatórias (-R$ 38,6 milhões).
Por outro lado, cresceram as estimativas de despesas com pessoal e encargos sociais, com alta de R$ 516,8 milhões, chegando a R$ 284,891 bilhões este ano. Os gastos com benefícios do INSS também ficaram R$ 1,376 bilhão maiores que os previstos no último relatório, totalizando R$ 561,128 bilhões.
RECEITAS
Também foi computada uma alta de R$ 7,251 bilhões nas receitas totais projetadas para 2017 em relação às previsões feitas pelo governo ao fim do quarto bimestre.
O valor da receita primária total subiu de R$ 1,372 trilhões para R$ 1,379 trilhões, enquanto a receita líquida - livre de transferências - passou de R$ 1,144 trilhão para R$ 1,149 trilhão.
Pelo lado das despesas, houve queda de R$ 1,817 bilhões na previsão das despesas obrigatórias, que passaram para R$ 1,056 trilhão.
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