Varejo só deve reagir no último trimestre
As vendas estão abaixo das previsões iniciais. Expectativa dos economistas da ACSP é que o setor termine o ano com alta de 2,2% nas comercializações
O varejo mostrou perda de fôlego em junho, que deverá continuar até o último trimestre do ano, segundo análise da equipe de economistas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP)
A partir de então, segundo modelo de previsão da ACSP, poderá mostrar recuperação, terminando o ano com crescimento nas vendas de 2,2%, impulsionado pelo aumento do Auxílio Brasil e pela concessão de outras transferências de renda por parte do governo Federal.
Ajudam ainda nesse avanço no final do ano o crescimento da ocupação e a melhora das expectativas com relação ao futuro por parte das famílias, captada pelo Índice Nacional de Confiança do Consumidor (INC), divulgado pela ACSP em julho.
Em junho, os volumes de vendas do varejo restrito (que não incluem veículos e material de construção) e do ampliado (que consideram todos os segmentos) apresentaram quedas de 0,3% e 3,1%, respectivamente, em relação a igual mês de 2021, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado em 12 meses, os volumes comercializados também diminuíram em 0,9% e 0,8%, respectivamente, mostrando piora em relação à leitura anterior.
Esses resultados vieram abaixo do esperado, mas, em geral, podem ser explicados pela aceleração da inflação, que reduz o poder aquisitivo das famílias, e pelas maiores taxas de juros.
Os dois segmentos mais prejudicados pelos fatores anteriores são os de móveis e eletrodomésticos, veículos e material de construção. Os consumidores parecem estar utilizando a renda adicional gerada pelo Auxílio Brasil, pela antecipação do 13º de aposentados e pensionistas e pelo saque-aniversário do FGTS na compra de itens mais básicos, tais como farmácias, combustíveis e lubrificantes, tecidos, vestuário e calcados.
IMAGEM: Paulo Pampolin/DC