Inflação oficial desacelera em janeiro e fica em 0,16%, informa IBGE
Foi o resultado mais brando do IPCA para o mês de toda a série histórica, iniciada em 1994. Em dezembro de 2024 a inflação foi de 0,52%
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou janeiro com alta de 0,16%, ante uma elevação de 0,52% em dezembro de 2024, informou na manhã desta terça-feira, 11/2, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 4,56%.
A alta de janeiro foi o resultado mais brando para o mês de toda a série histórica iniciada na implementação do Plano Real, em 1994, informou o IBGE. Considerando todos os meses, o IPCA de janeiro foi o mais brando desde agosto de 2024, quando houve deflação de 0,02%.
Em janeiro de 2024, a taxa tinha sido de 0,42%. Como consequência do resultado de janeiro de 2025, a taxa acumulada em 12 meses arrefeceu pelo segundo mês consecutivo, passando de 4,83% em dezembro de 2024 para 4,56% no primeiro mês de 2025. A taxa em 12 meses é a mais branda desde setembro de 2024, quando estava em 4,42%.
ALIMENTAÇÃO
O grupo Alimentação e Bebidas saiu de um avanço de 1,18% em dezembro para alta de 0,96% em janeiro, quinto aumento consecutivo. O grupo contribuiu com 0,21 ponto porcentual para a taxa de 0,16% do IPCA de janeiro de 2025.
A alimentação no domicílio aumentou 1,07% em janeiro. Os destaques foram os aumentos nos preços da cenoura (36,14%), tomate (20,27%), e café moído (8,56%). Por outro lado, ficaram mais baratos a batata-inglesa (-9,12%) e o leite longa vida (-1,53%).
A alimentação fora do domicílio aumentou 0,67% em janeiro. O lanche subiu 0,94%, enquanto a refeição fora de casa avançou 0,58%.
TRANSPORTES
Os gastos das famílias com Transportes passaram de uma alta de 0,67% em dezembro para uma elevação de 1,30% em janeiro. O grupo deu uma contribuição de 0,27 ponto porcentual para a taxa geral. O resultado foi influenciado pelo aumento nos preços das passagens aéreas, 10,42%, subitem de maior impacto individual sobre a inflação do mês, 0,07 ponto porcentual.
Houve pressão também do ônibus urbano, com aumento de 3,84% e impacto de 0,04 ponto porcentual. Os combustíveis subiram 0,75%, com alta generalizada nos preços: etanol (1,82%), óleo diesel (0,97%), gasolina (0,61%) e gás veicular (0,43%).
Também ocorreu aumento no táxi (1,83%), em razão de reajustes de 7,83% no Rio de janeiro e de 4,79% em Salvador. Em São Paulo, foram registrados aumentos de 3,00% no trem e no metrô, considerando que o reajuste de 4,00% nas passagens só começou a partir de 6 de janeiro. A alta de 4,53% na integração de transporte público em São Paulo refletiu os reajustes citados e as gratuidades concedidas nos feriados de Ano Novo (1º/1) e do aniversário da cidade (25/1).
HABITAÇÃO
As famílias brasileiras gastaram 3,08% a menos com Habitação em janeiro, uma contribuição negativa de 0,46 ponto porcentual para a taxa geral de 0,16% registrada pelo IPCA no mês.
A energia elétrica residencial passou de uma queda de 3,19% em dezembro para uma redução de 14,21% em janeiro. Foi o item de maior alívio sobre o IPCA do mês, de 0,55 ponto porcentual. "A queda decorre da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas em janeiro", explicou o IBGE.
A redução na conta de energia elétrica foi a mais acentuada desde fevereiro de 2013, quando diminuiu 15,17%, observou Fernando Gonçalves, gerente do IPCA no IBGE. Por outro lado, a taxa de água e esgoto subiu 0,97% em janeiro e o gás encanado, 0,49%.