Ice by Nice dá um gelo na crise
Depois de quase três décadas restrita ao público do interior de São Paulo, a sorveteria Ice by Nice chegou à Capital, outros Estados e quer terminar 2016 com 50 lojas
Há cinco anos, quando o engenheiro agrônomo Fábio Cyrillo, 44 anos, se tornou sócio da Ice by Nice. inaugurada em 1989, em Jaboticabal, no interior do Estado, ele tinha como missão alavancar a marca no franchising e focar na expansão da empresa que, mesmo com 21 anos de mercado, tinha apenas 11 lojas no interior do Estado.
A experiência de Cyrillo em grandes multinacionais varejistas, como o Walmart, foi fundamental para que, em cinco anos, a marca estivesse não só na capital e no litoral de São Paulo, mas também em outros estados, como Goiás, Brasília, Minas Gerais e Paraná, num total de 35 lojas.
Tamanha ousadia é hoje a responsável por fazer a Ice by Nice se sentir resistente à crise e querer chegar a 50 lojas até o fim de 2016. Cinco delas já estão a caminho e abrirão as suas portas ainda este ano, em Guarulhos, Campinas, Santos, Goiânia e São Carlos.
ESTRATÉGIAS NA CRISE
Com muitas lojas fechando em shoppings, a oferta de espaços está alta e os custos de ocupação estão baixando. Cyrillo alerta para o poder de negociação que fica cada vez mais forte, tornando o momento propício para renegociar o preço do aluguel e chegar a melhores valores e condições.
“A maioria de nossas lojas estão em shoppings. Por isso, acho tão importante olhar para esse momento como uma oportunidade para quem sonha com o negócio próprio. Isso vale também para o lojista já instalado, que tem conseguido renegociar com sucesso”, diz.
Na Ice by Nice, o consumo sazonal, entre outubro e fevereiro, é responsável por 70% do faturamento. Quando o inverno chega, em vez de prejudicar os planos da marca, surge uma oportunidade para inovar – uma ferramenta vital na crise.
“Além de qualidade, queremos que os clientes tenham uma ótima experiência de consumo dentro da loja.”
Para driblar a dessazonalização e concorrentes diretos, como Freddo e Ice Mellow, a Ice by Nice aposta num posicionamento de preço 40% menor e nas taças do festival Morango Show e Nice Gateau, que, há anos, representam 70% da venda anual de taças. Mantemos a mesma política de preçopara todas as lojas, mas em algumas cidades eles são 50% menores do que o principal concorrente”, diz.
O Morango Show marca o início da safra do morango e a fruta se harmoniza bem com o sorvete que, junto com a combinação do bolinho de chocolate quente com sorvete, garantem o sucesso da rede até outubro. “As taças de morango são muito importantes para os meses mais frios, quando o preço da fruta cai bastante.” Além disso, grandes lançamentos durante o ano completam o cardápio diversificado com sorvete com churros, fondue de sorvete, waffle, bolos quentes, milk shake, paletas, e picolés personalizados.
Sobre a crise, Cyrillo afirma que o momento é uma chance para repensar a operação das lojas para buscar o máximo de eficiência. “Como franqueadores, não podemos aguardar a retomada da economia. Temos que agir com diversos lançamentos, além de ações comerciais agendadas para os próximos meses, pois entendemos de fato como um momento de rara oportunidade.”
EXPANSÃO
Com a unidade fabril em Jaboticabal, 35 lojas, quatro distribuidores no Estado de São Paulo e 1200 pontos de venda, a Ice by Nice quer conquistar o mercado carioca, dominar a capital e se firmar na região de Campinas, com franquias a partir de R$ 150 mil.
“E também temos ainda para este ano, o lançamento de uma nova marca, com outro posicionamento para o mercado dos sorvetes soft.” Sem revelar o nome da marca, ele garante que a novidade será direcionada para cidades de no mínimo de 30 mil habitantes, e terá investimento máximo de R$ 150 mil.
HISTÓRIA
Tudo começou em uma pequena sorveteria de bairro, e assim seguiu durante anos. Com uma produção artesanal, a Ice by Nice enfrentou uma série de obstáculos, que foram vencidos pelo conhecimento dos estudantes da Unesp (Universidade Estadual Paulista).
Em 1994, foi aberta a 1ª franquia no Ribeirão Shopping, que permanece até hoje com a mesma proprietária. Na mesma época – há 20 anos -, a marca lançou a feijoada de sorvete que, há dois anos, começou a ser reproduzida em sorveterias da cidade de São Paulo. Sorvete e cremes imitam o caldo, os grãos de feijão são gotinhas de chocolate ao leite, e as rodelas de lingüiça, uma espécie de salame de chocolate.
“Procuramos ter um bom posicionamento em nossas praças, pois compreendemos as diferenças e expectativas das pequenas cidades e dos grandes centros”, diz.