Feijão e leite foram responsáveis por 60% do IPCA de junho
O grão liderou a alta, que nessa época costumava oferecer sacas em torno de R$ 120, mas neste ano chegou a R$ 600

A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), caiu 0,43 ponto percentual no mês de junho em relação a maio, ao passar de 0,78% para 0,35%.
Com a desaceleração, o IPCA fechou o primeiro semestre do ano com alta acumulada de 4,42%, resultado abaixo dos 6,17% registrados nos primeiros seis meses do ano passado. A variação de junho (0,35%) é a menor desde agosto do ano passado (0,22%).
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Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (08/07/2016), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o resultado de junho, o IPCA – que serve de parâmetro para o plano de metas fixado pelo Banco Central – fechou os últimos doze meses (taxa anualizada) com alta acumulada de 8,84%, resultado 0,48 ponto percentual abaixo dos 9,32% dos doze meses imediatamente anteriores. Em junho de 2015,o IPCA registrou variação 0,79%.
Sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram desaceleração de preços, na passagem de maio para junho. Apenas transportes, que fechou com desaceleração de 0,53%, mas ainda assim com queda menos intensa do que em maio, e comunicação (0,04%) apresentaram resultados superiores aos de maio.
Apenas dois produtos alimentícios foram responsáveis por 60% da inflação de junho, de acordo com IBGE. O quilo do feijão-carioca ficou 41,78% mais caro em junho, uma contribuição de 0,11 ponto porcentual para a taxa de 0,35% apurada pelo índice.
Já o litro do leite longa vida aumentou 10,16%, um impacto de 0,10 ponto porcentual.
"A resistência dos preços está nos alimentos, é na alimentação, que depende do clima", explicou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE. "O feijão-carioca é o mais consumido no País. Não tem em outro lugar, não dá para importar. Tem se importado o feijão preto".
No caso do leite, os pecuaristas estão gastando mais com a ração para o gado, por conta de problemas com o pasto e pela redução na safra nacional de milho. Juntos, o feijão-carioca e o leite longa vida deram uma contribuição de 0,21 ponto porcentual para o IPCA.
Outras altas relevantes em junho foram do feijão-mulatinho; feijão-preto; feijão-fradinho; manteiga; chocolate em barra e bombom; fubá de milho; alho; leite em pó; café moído e ovos.
"Os alimentos têm subido por conta de problemas climáticos, que têm acontecido neste ano e (aconteceram) no fim do ano passado", afirma. "No caso do feijão-carioca, o principal produtor é o Paraná, que tem diminuído a oferta. A saca do feijão-carioca, que nessa época ficava em torno de R$ 120,00, este ano chegou a R$ 500,00, até R$ 600,00".
Por outro lado, os produtos que tiveram reduções de preços mais relevantes foram: cenoura, cebola, açaí, tomate, frutas, pescado, óleo de soja, açúcar refinado, frango inteiro, pão de forma e doces.
*Com informações Estadão Conteúdo
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