Estudo revela que quase 100 mil lojas fecharam as portas

Hiper e supermercados com lojas de vestuário totalizam 45% dos pontos de venda que encerraram as operações no ano passado

Redação DC
12/Fev/2016
  • btn-whatsapp
Estudo revela que quase 100 mil lojas fecharam as portas

Levantamento conduzido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta o fechamento líquido de 95,4 mil lojas com funcionários em 2015.

Os números representam um balanço final do ano, de acordo com os dados de dezembro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência Social.

O volume corresponde a uma retração de 13,4% nos estabelecimentos comerciais que empregam ao menos um funcionário. Nem mesmo as grandes lojas do varejo foram poupadas: nos últimos 12 meses, esses estabelecimentos registraram recuo de 14,8%.

LEIA MAIS: Nem a zona de comércio mais rica de São Paulo escapa da crise

De acordo com a Confederação, o encerramento das lojas é consequência direta da queda expressiva no volume das vendas em meio à pior crise enfrentada pelo varejo brasileiro nos últimos 15 anos.

"É consequencia da diminuição do mercado, do aumento de custo, da queda do emprego e da renda e da dificuldade para obter crédito. Esses números são o reflexo da crise", afirma Marcel Solimeo, economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

LEIA MAIS: 85% dos pedidos de falência são de pequenas empresas

“O levantamento evidencia a dimensão da crise no varejo, que afetou todos os setores, inclusive os grandes, que, teoricamente, têm mais capacidade de enfrentar o quadro recessivo. Além disso, chama a atenção porque ela está presente praticamente no país inteiro”, afirma o economista Fabio Bentes.

POR SETOR

De acordo com o estudo, todos os segmentos de varejo apresentaram queda no número de lojas, destacando-se, em termos relativos, os ramos mais dependentes das condições de crédito: materiais de construção (-18,3%), informática e comunicação (-16,6%), móveis e eletrodomésticos (-15,0%).

Em termos absolutos, hipermercados, supermercados e mercearias formam o segmento com maior redução no número de lojas em relação a 2014.

Foram 25,6 mil estabelecimentos fechados no ano passado, de um setor que reponde por um em cada três pontos comerciais do País. Esse segmento e o de lojas de vestuário e acessórios responderam por quase metade (45%) das lojas que encerraram operação.

POR ESTADO

O estudo revela, ainda, que das 27 unidades da Federação apenas uma não apresentou queda no número de lojas: Roraima. Espírito Santo foi o Estado mais afetado (-18,5%), seguido por Amapá (-16,6%) e Rio Grande do Sul (-16,4%). Os Estados de São Paulo (-28,9 mil), Minas Gerais (-12,5 mil) e Paraná (-9,4 mil) responderam, juntos, por mais da metade (53,3%) da queda no número de estabelecimentos.

De acordo com dados mais recentes da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE, de janeiro a novembro de 2015 o varejo registrou retração de 8,4% no conceito ampliado, que incorpora os resultados do comércio automotivo e de materiais de construção, superando o primeiro recuo em 15 anos, verificado em 2014 (-1,6%).

A perspectiva é que essa situação persista em 2016. "Todos os fatores adversos que ocorreram no ano passado persistem neste ano. Não há nada que indique uma mudança desse cenário. A tendência é de a taxa de desemprego subir ainda mais", diz.

O indicador antecedente de desempenho do varejo da ACSP, diz Solimeo, aponta que, até maio deste ano, as vendas do comércio devem continuar em queda.

 

O Diário do Comércio permite a cópia e republicação deste conteúdo acompanhado do link original desta página.
Para mais detalhes, nosso contato é [email protected] .

Store in Store

Carga Pesada

Vídeos

Conversamos com Thaís Carballal, da Mooui, às vésperas da abertura de sua primeira loja física

Conversamos com Thaís Carballal, da Mooui, às vésperas da abertura de sua primeira loja física

Entenda a importância de planejar a sucessão na empresa

Especialistas projetam cenários para o pós-eleições municipais