Estudo da CNI mostra que 69% dos brasileiros chegam ao final do mês sem dinheiro

Como as contas não fecham, muitos precisaram mudar os hábitos de consumo e cortaram gastos com lazer, roupas e até remédios

Redação DC
08/Ago/2022
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Chegar ao final do mês com folga no orçamento é cada vez mais difícil em um contexto econômico de preços e juros elevados. Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta segunda-feira, 8/08, aponta que 69% dos brasileiros não conseguem guardar dinheiro. Desse total, 19% afirmaram que precisam deixar contas em aberto para o mês seguinte.

O estudo foi realizado entre os dias 23 e 26 de julho, com mais de 2 mil pessoas, em todo o país. Ele revela que os brasileiros precisaram mudar alguns hábitos de consumo para tentar reduzir o endividamento. No dia a dia, 68% dos entrevistados admitiram que passaram a pechinchar preços, e 31% passaram a comprar fiado.

Ainda assim, cortes no consumo precisaram ser feitos. Com o orçamento apertado, a redução de despesas com lazer foi apontada por 60% dos entrevistados. Em seguida, aparece a diminuição de gastos com itens pessoais, como roupas e calçados, apontada por 58%.  

A alimentação fora de casa também foi afetada, com 45% dos entrevistados afirmando que reduziram esses gastos. Cortes de alguns alimentos para consumo dentro de casa também foram elencados por 40%.

O estudo traz dados ainda mais preocupantes sobre os cortes: 25% dos entrevistados precisaram reduzir ou deixar de comprar remédios, e 19% não pagam mais plano de saúde.

De maneira geral, no mês de julho, 64% dos entrevistados informaram que precisaram reduzir gastos. O percentual é igual ao do levantamento anterior, feito em abril. Mas 34% avaliaram que a redução será permanente, alta em relação a abril (32%).

O estudo mostra ainda que 42% avaliaram que a situação financeira pessoal está pior comparada com três meses atrás, enquanto 28% acreditam que ela melhorou. Mas até o final do ano, 56% afirmaram que as finanças pessoais devem melhorar, sendo que apenas 16% esperam piora.

Para tentar acertar as contas, muitos optaram por pegar empréstimos, sendo que entre os entrevistados que têm empréstimos em aberto ou carregam dívidas nos últimos 12 meses, 48% afirmaram estar com parcelas atrasadas. Desses, 48% também disseram que não conseguirão quitar as pendências nos próximos 30 dias.

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