Efeito Carnaval prejudica movimento de vendas na primeira quinzena de fevereiro em São Paulo

Balanço de vendas aponta queda média de 17,9% no movimento de vendas da cidade em comparação com o mesmo período em 2015

FACESP
19/Fev/2016
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Efeito Carnaval prejudica movimento de vendas na primeira quinzena de fevereiro em São Paulo

O Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) referente à primeira quinzena de fevereiro apontou uma queda média de 17,9% no movimento de vendas da cidade em comparação com o mesmo período em 2015.

Isoladamente, houve recuos de 18,3% nas vendas a prazo e de 17,5% nas vendas à vista. De acordo com o presidente da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), Alencar Burti, esses números não podem ser projetados para o restante do mês.

“Em 2015, o Carnaval caiu na segunda quinzena de fevereiro. Neste ano, foi na primeira. Além disso, este fevereiro é bissexto, então, terá um dia a mais. De qualquer maneira, o desempenho do mês deve ser negativo, mas talvez menor do que o registrado na primeira quinzena”, diz Alencar Burti.

Burti ainda ressaltou que fevereiro é o pior mês do varejo para a capital e, portanto, resultados negativos são esperados para essa época do ano.

Na divisão por vendas a prazo, a queda foi de 18,3%, puxada pela alta dos juros, pela restrição ao crédito e pela falta de confiança do consumidor, afirma Emílio Alfieri, economista da ACSP, ao Diário do Comércio.

“Inseguro no emprego, o consumidor evita vendas parceladas. A retirada dos incentivos fiscais em produtos de informática, cujas vendas caíram 15%, também colaboraram para essa queda.”

LEIA AQUI A ÍNTEGRA DA REPORTAGEM DO DIÁRIO DO COMÉRCIO.

Já as vendas à vista caíram 17,5% - diminuição sazonal já esperada na capital paulista nessa época do ano. “Agora, a expectativa é que as lojas façam ainda mais liquidações e promoções para desovar os seus estoques”, completa Alfieri.

COMPARAÇÃO MENSAL

Em relação à primeira quinzena de janeiro desse ano, o movimento de vendas em São Paulo caiu uma média de 6,5%, sendo -10,1% nas vendas a prazo e -2,9% nas vendas à vista.

A retração maior nos itens de maior valor indica que a confiança do consumidor ainda está baixa. Soma-se a isso, o fato dos juros ainda estarem muito altos, o que desestimula o crédito.

DADOS DO IBGE

O IBGE divulgou nesta terça-feira o desempenho do comércio varejista nacional em 2015. Segundo o instituto, o volume de vendas do setor caiu 4,3% frente a 2014, sendo esse o pior resultado desde que a série histórica foi iniciada, em 2001. Para o presidente da ACSP e da Facesp, Alencar Burti, a divulgação do IBGE apenas confirma o que já vinha se percebendo ao longo de 2015.

“Não houve nenhuma surpresa. Já sabíamos que 2015 seria um ano para ser esquecido. Se a série histórica do IBGE fosse mais longa, acusaria que o varejo teve não apenas seu pior resultado desde 2001, mas seu pior resultado desde o Plano Real. Cabe ao governo adotar medidas urgentes para resgatar a confiança do consumidor e do empresariado”, diz Burti.

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