COP 30 cria oportunidades de negócios para empreendedores

Nilma Chagas Arraes, dona da Trama Design Artesanal, faz biojoias com escamas de peixes. Ela acredita que o apelo sustentável do evento mundial que acontece em novembro em Belém (PA) possa impulsionar sua marca

Márcia Rodrigues
10/Abr/2025
  • btn-whatsapp
COP 30 cria oportunidades de negócios para empreendedores

A COP 30 (Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas) está abrindo novas possibilidades para empreendedores de Belém (PA), onde será realizada em novembro. Desde a produção de biojoias sustentáveis até a transformação de imóveis em hospedagens de temporada, pequenos negócios estão se reinventando para atender à demanda crescente.

A artesã Nilma Chagas Arraes, dona da marca Trama Design Artesanal, viu no reaproveitamento de materiais uma oportunidade de unir sustentabilidade e empreendedorismo. Atuando no setor desde 1999 e com sua marca formalizada em 2022, Nilma desenvolve biojoias utilizando escamas de peixe, borra de açaí e resina.

Seu diferencial está no reaproveitamento da matéria-prima do pescado, na utilização de itens extraídos de forma sustentável da natureza e na parceria com comunidades ribeirinhas, como Pinduca e Curuçá, para capacitar artesãos locais e gerar impacto social positivo.

“Meu produto tem o foco da COP 30. Desde sempre trabalho com a sustentabilidade, com o social, buscando parceria com comunidades e capacitação de mão de obra”, afirma Nilma. Recentemente, ela lançou uma linha de luminárias sustentáveis, ampliando seu portfólio e se preparando para atender ao crescente interesse por produtos eco-friendly.

Seus produtos são comercializados em feiras e lojas de Belém (PA), Brasília (DF) e Rio de Janeiro (RJ). O próximo passo é a expansão para o e-commerce, com o site já em desenvolvimento e o registro da marca em andamento.

Por mês, ela faz cerca de 100 peças, entre brincos, colares e pulseiras (em menor quantidade). O faturamento mensal fica entre R$ 1,5 mil e R$ 3 mil.

Os preços dos brincos vão de R$ 45 a R$ 90 e os dos colares, de R$ 90 a R$ 250. Desde o início da produção de luminárias, em dezembro do ano passado, ela criou 13 modelos e, desses, dois já foram replicados. Ao todo, 20 peças foram comercializadas. Os preços vão de R$ 290 a R$ 1.090.

Transformando espaços em oportunidades

Celina Rosa reformou sua propriedade na expectativa de hospedar os visitantes do mundo todo que virão para a COP 30

 

Outra empreendedora que está aproveitando a movimentação da COP 30 é Celina Rosa, que decidiu investir no aluguel por temporada, após fazer um curso de hospedagem oferecido pelo Sebrae. “Minha intenção era alugar apenas durante a COP 30, mas, ao longo do curso, percebi novas possibilidades”, conta.

Com uma casa ampla, Celina optou por reformar a propriedade para separar o andar superior, que conta com três suítes e uma minicozinha, permitindo que sua família viva confortavelmente no térreo. Seu primeiro aluguel foi para um evento esportivo e, desde então, a ideia de manter a hospedagem ativa tem ganhado força.

Para atrair mais hóspedes, ela oferece comodidades como air fryer, cafeteira elétrica, itens de higiene, como algodão, cotonete e sabonete líquido, e um ambiente acolhedor. “Não é um ambiente frio de hotel. Se o hóspede estiver sozinho, pode conversar com a família”, explica Celina.

A diária de um quarto sai por R$ 119. O valor inclui o desconto de 20% estabelecido pela Airbnb para os três primeiros aluguéis.

Oportunidades e dicas do especialista

O crescimento de pequenos negócios impulsionado pela COP 30 é um fenômeno observado pelo Sebrae-PA. Rubens Magno, diretor superintendente da instituição, destaca que o evento atrairá cerca de 60 mil visitantes a Belém, criando um cenário favorável para a captação de investidores, novos negócios, desenvolvimento para os já existentes e, consequentemente, para a criação de empregos.

“Nossa intenção é aproveitar esse cenário positivo com a COP 30 para fortalecer os pequenos negócios, dando condições para que eles assumam, definitivamente, o papel de protagonistas do desenvolvimento sustentável da Amazônia, além de fomentar o empreendedorismo, é claro”, diz Magno, que destaca: “quem está começando a empreender não pode pensar no negócio dissociado da COP 30, pois será uma grande vitrine para o empreendedorismo local. O importante é se preparar, buscar capacitação e estruturar o negócio para que ele se consolide.

Os setores com maior potencial são mobilidade urbana, alimentos e bebidas, hospitalidade e economia criativa. Desde o anúncio da COP 30, o Sebrae/PA já capacitou mais de 18 mil empreendedores por meio de cursos e mentorias. Além disso, o programa Capacita COP 30, em parceria com o governo estadual, já formou mais de mil alunos.

A sustentabilidade também é um fator essencial. O Sebrae estimula a adoção de práticas sustentáveis, como o uso de matérias-primas naturais e o fortalecimento da bioeconomia local. “A Amazônia é um celeiro para pequenos negócios, e a COP 30 será uma vitrine para mostrar o que temos de melhor ao mundo”, finaliza Magno.

 

IMAGENS: divulgação

O Diário do Comércio permite a cópia e republicação deste conteúdo acompanhado do link original desta página.
Para mais detalhes, nosso contato é [email protected] .

 

Store in Store

Carga Pesada

Vídeos

Alessandra Andrade é o novo rosto da SP Negócios

Alessandra Andrade é o novo rosto da SP Negócios

Rodrigo Garcia, da Petina, explica a digitalização do comércio popular de São Paulo

Alexandra Casoni, da Flormel, detalha o mercado de doces saudáveis