Beneficiários do Bolsa Família mandam R$ 3 bi via pix para bets

Nota técnica do Banco Central aponta que, em agosto, 70% dos apostadores eram chefes de família cadastrados no programa, e 67% apostaram em média R$ 100, confirmando que as famílias de baixa renda são as mais afetadas pela prática

Estadão Conteúdo
25/Set/2024
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Beneficiários do Bolsa Família mandam R$ 3 bi via pix para bets

Em agosto, 5 milhões de pessoas de famílias beneficiárias do Bolsa Família enviaram R$ 3 bilhões via Pix a plataformas de apostas. Os dados são de uma nota técnica divulgada na última terça-feira (24/09) pelo Banco Central, sobre o mercado de apostas on-line no País.

O valor médio transferido por beneficiário é de R$ 100 e, entre os apostadores, 70% são chefes de família - ou seja, aqueles que de fato recebem o benefício - e enviaram R$ 2 bilhões (67%) via Pix para as bets.

O BC utilizou para a pesquisa o número de cadastrados de dezembro de 2023, dentre os quais 17% apostaram. "Esses resultados estão em linha com outros levantamentos que apontam as famílias de baixa renda como as mais prejudicadas pela atividade das apostas esportivas. É razoável supor que o apelo comercial do enriquecimento por meio de apostas seja mais atraente para quem está em situação de vulnerabilidade financeira", diz o banco em nota

"O BCB está atento ao tema e precisa ainda de mais dados e tempo para avaliar com maior robustez suas implicações para a economia, a estabilidade financeira e o bem-estar financeiro da população", continua a nota técnica, elaborada pelo BC após solicitação do senador Omar Aziz (PSD-AM).

Mais cedo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, demonstrou preocupações sobre o assunto. "É um tema muito relevante que tem sido falado sobre o comprometimento da renda das famílias nesses sites de apostas", disse durante a Brazil Conference, do Banco Safra, em São Paulo.

De acordo com Campos Neto, o crescimento dessas casas de apostas é uma questão que preocupa o Banco Central. Ele reforçou, no entanto, que o trabalho no BC nesta questão deve se limitar a ajudar o governo e o Congresso com dados.

FOTO: Agência Brasil

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